Hoje: 24-11-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
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A Filosofia. A inquirição filosófica ou Filosofia é a inquirição feita por amor à sabedoria, buscando o conhecimento racional de todas as coisas pelas suas causas últimas. Ao buscar o porquê das coisas, a inquirição filosófica tem por objeto todas as coisas, e a partir das causas próximas aprofunda-se na busca das causas últimas. Difere, portanto, das outras ciências, todas elas com um objeto restrito (a Geologia as rochas, a Zoologia a vida animal, a Botânica, as plantas, etc.) além de que essas outras ciências investigam apenas até onde encontram causas naturais. A Filosofia transcende o campo experimental e discute coisas metafísicas como, por exemplo, a existência dos valores, a natureza humana, a origem do universo, etc. buscando encontrar toda a verdade em todas as suas implicações. Porque tem por objeto toda a realidade, a Filosofia aplica-se também a Educação: é a inquirição filosófica – ou simplesmente Filosofia – aplicada à problemática da Educação.
Educação. Mas, o que dizem que é Educação? Aurélio Buarque de Holanda em seu dicionário (2ª. Ed. 1986) resume e sintetiza o que os filósofos definem como Educação: “1. Ato ou efeito de educar-se. 2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social: educação da Juventude; educação de adultos; educação de excepcionais.”
O processo de educar consiste em ensinar o indispensável à boa educação, e o processo de educar-se – autodidatismo – é absorver os conhecimentos indispensáveis a esse mesmo fim. No primeiro caso, o ensino é o elemento fundamental.
Ensinar e Educar. “Ensinar” refere-se especificamente a disciplinas necessárias à formação em uma área escolhida do conhecimento. Não tem, necessariamente, um compromisso ético. Já “Educar” é, como dito acima, um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano”. “Educar” existe quando o “Ensinar” obedece a um programa que leva em consideração questões filosóficas concernentes ao ser humano. É quando temos um educador e um educando, e é quando temos a Filosofia da Educação.
Educação tem por objeto a formação da personalidade, a moldagem do indivíduo aos mais altos padrões de comportamento individual no contexto social, ainda que sua atuação se refira a uma área restrita do conhecimento. Por exemplo: ensinar-lhe mecânica não dá a um jovem nada além de conhecimentos aplicáveis ao desenho, fabricação, manejo e concerto de mecânica, os quais ele pode utilizar para si próprio. Educá-lo para ser um mecânico é diferente. Pressupõe que ele, além de conhecer as técnicas da mecânica, será moralmente correto no exercício de sua profissão, e estará bem inserido na sociedade como mecânico.
O ensino está, portanto, na base do aprendizado em uma área específica de atuação, mas não muda necessariamente a personalidade do aprendiz. Mas Educação só existe quando o ensino transcende o campo específico de uma disciplina para acrescentar à personalidade do sujeito conhecimentos para o comportamento ético e a cidadania por que a Educação se busca mais que sobrevivência: é enobrecimento. No interesse da sobrevivência ensinam-se técnicas, no interesse da nobreza de caráter ensinam-se valores morais. Conjuntamente, isto é educar.
O mestre que educa deve atuar não só como professor de uma disciplina mas também como educador. Pode educar com o seu exemplo de pontualidade, de asseio, de correção e polidez no falar, e de muitas outras maneiras que ficarão na memória dos alunos como postura nobre a ser imitada. Me parece recomendável que, nesse sentido, haja também um bom entrosamento entre o professor e o Orientador Educacional. A este profissional da Educação, venho dedicando muitas das minhas páginas, como subsídio para o seu trabalho educativo em colaboração com o ensino dos professores nas escolas do ensino primário e fundamental.
Filosofia da Educação. Não é possível restringir a Filosofia a um campo específico e, portanto, a rigor, não existe uma filosofia que seja “da Educação”, ou “do Direito”, etc. A Filosofia é sempre plena e aplicável a todas as coisas. Porem utilizam-se tais expressões a fim de explicitar a que campo do conhecimento se está aplicando a Filosofia. Então, Filosofia da Educação é a aplicação dos métodos e das ideias da Filosofia à teoria e prática da Educação.
É comum que tenhamos que peneirar o pensamento de um filosofo para separar os trechos de sua obra, em que aplicou seu raciocínio filosófico à Educação, em meio a suas considerações sobre o homem e a sociedade, e outras questões de interesse da sua investigação filosófica. E então, dizemos que o conjunto desses trechos reunidos é a sua “Filosofia da Educação”. Tomemos por exemplo Immanuel Kant, um dos maiores filósofos de todos os tempos. Ele escreveu sobre a Educação em vários momentos de sua reflexão filosófica e, já idoso e doente, solicitou a seu amigo e ex-aluno, Theodor Rink, que examinasse suas notas de aula e extraísse delas tudo que dissesse respeito a Educação. Isto foi feito e o livro que resultou, Sobre a Educação (über Pädagogik) [1803] foi publicado após sua morte.
Uma filosofia educacional, portanto, diz em que consiste a Educação segundo determinada doutrina filosófica e se baseia em pressupostos específicos metafísicos, epistemológicos e axiológicos dessa doutrina. Diferentes visões sobre a natureza humana irão influenciar os objetivos, as formas, métodos ou resultados do processo de educar ou ser educado.
As questões centrais são o que vale a pena ou é necessário ensinar, e quais são as melhores maneiras de fazê-lo. as respostas às duas perguntas.
Entre os temas discutidos na Filosofia da Educação (Filosofia referente à Educação), além do próprio conceito de Educação, estão a natureza da aprendizagem, especialmente em crianças; o propósito da educação, particularmente a questão de se o principal objetivo dos educadores deve ser transmitir conhecimentos, desenvolver independência intelectual, ou incutir valores morais ou políticos; a legitimidade da autoridade educacional (se dos pais ou do Estado); a racionalidade do método e da organização do sistema educacional; a realização de pesquisas educacionais, etc.
Legitimidade da Educação. Vejamos, como exemplo, a legitimidade da imposição da Educação à criança. A Educação se impõe por ser indispensável à sobrevivência e pelo fato de que as pessoas que não foram educadas não poderem vislumbrar o que lhes está faltando. Esses são os dois argumentos fundamentais que, havendo a responsabilidade moral social ou parental em relação ao outro, ou apenas o dever ético de solidariedade humana, legitima a coerção do indivíduo para o aprendizado que lhe é vital. Por isso, a Educação básica não há como não ser coercitiva. Mesmo na Teoria Educacional de Rousseau, a mais liberal e romântica de todas, confinar a criança separando-a da sociedade para educá-la livre de más influências é uma forte coerção. Ao mesmo tempo a Ética e a Moral condenam que, nessa coerção, ocorra discriminação, ou mesmo ofensas contra a igualdade de direitos e dignidade da pessoa ignorante ou incapaz.
O Ensino, destacado de formação educacional, não justificaria a coerção. O estudo é livre escolha do indivíduo.
Eminentes filósofos escreveram longamente sobre educação. Nas raízes mais profundas encontramos na antiguidade Platão e Aristóteles, no início da Idade média Santo Agostinho , no Renascimento, Erasmo, entre outros. Na época Moderna, Bacon e Rousseau, e no século XX, váios, destacando-se Jean Piaget e John Dewey. Outros, que foram psicólogos e pedagogos, propuseram teorias da Educação com base na corrente filosófica de sua predileção, como entre nós Paulo Freire, cuja Teoria da Educação fundamenta-se na filosofia marxista.
A Filosofia da Educação é geralmente ensinada não nos departamentos de Filosofia, mas em departamentos ou faculdades de educação, semelhante à forma como Filosofia do Direito é geralmente ensinada nas escolas de Direito.
Teoria da Educação. Outra distinção importante a fazer é entre “Filosofia da Educação” e A Teoria da Educação diz dos instrumentos próprios para que sejam atingidos os objetivos educacionais já definidos segundo certa Filosofia Educacional. É uma teoria normativa da educação que unifica pedagogia, currículo, teoria de aprendizagem, e o propósito da educação, como seja, por exemplo, formar um cidadão socialista, se está filiada às idéias filosóficas do socialismo, ou formar um cidadão liberal, se vinculada à filosofia liberal. Uma Teoria da Educação pode ser adaptada, o que não acontece com a Filosofia da Educação que a sustenta.
Quatro importantes filósofos da Educação
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778):
No texto do livro Emile, de Rousseau, é bastante clara a passagem da Filosofia da Educação para uma Teoria Educacional, e um Método pedagógico, como dito acima:
Filosofia da Educação. O pressuposto básico de Rousseau, quando sua filosofia aborda o tema da educação, era a crença na bondade natural do homem, e a atribuição à civilização da culpa de corrompê-lo.
Teoria da Educação. O modo adequado de educar seria proteger o indivíduo da influência corruptora da sociedade, estimulando adequadamente o desenvolvimento de sua bondade natural no processo educativo. Para isto o aluno deveria ser educado com base na sua curiosidade e nas suas motivações naturais. Enquanto ao mesmo tempo mantendo-se em mente o contexto social no qual o aluno futuramente se integrará. Isto somente pode ser conseguido através de um método muito bem controlado.
Método pedagógico. Seu método de educação era o de retardar o crescimento intelectual, permitindo à criança demonstrar seus próprio interesse em um assunto e fazer suas próprias perguntas. No estágio da puberdade a sensibilidade do jovem deveria ser educada sem que houvesse qualquer restrição moral em seu ambiente, até os 15 anos. O objetivo é que o aluno desenvolva plenamente seu Eu natural. Obviamente, uma tal educação só seria possível se o aluno fosse totalmente isolado da sociedade e não tivesse contacto social, senão com seu mestre. O aluno somente entraria na sociedade quando a tendência para a socialização surgisse como uma de suas necessidades naturais (V.p.f. a página Vida, filosofia e obras de Jean-Jacques Rousseau – Parte I-IV).
Herbart (1776-1841):
O Ocidente havia quase um século seguia as diretrizes fundamentais da Educação propostas pelo filósofo alemão Johann Friedrich Herbart, que teve várias gerações de seguidores, a partir da Alemanha.
Herbart assumiu três fundamentos para o ensino, como base racional para conceber a educação: em primeiro lugar o estudo da filosofia, que considerava imprescindível, dividida em Lógica, como o método para fazer as ideias claras; em segundo lugar a Metafísica e a Ética, estas para se alcançar o objetivo fundamental da educação que é formar o caráter da criança. Em terceiro lugar, porém não menos importante, a Psicologia, de modo a traçar as formas em que a mente humana aprende. Ele considerava que esses três grandes tópicos estavam interligados e eram essenciais na pedagogia. Psicologia, Filosofia e Pedagogia eram consideradas logicamente relacionados, de acordo com o paradigma de Herbart.
John Dewey (1859-1952):
Um dos fundadores da corrente filosófica do pragmatismo, o filósofo americano John Dewey nasceu 1859 no estado de Vermont, e faleceu em 1952 em Nova York onde foi, por muitos anos, professor na Universiddade de Columbia. Seu interesse pela Educação começou quando ainda professor em Michigan. Convidado para lecionar na Universidade de Chicago, publicou Meu Credo Pedagógico (My Educational Creed) em 1897, e em 1899 seu famoso livro A Escola e a Sociedade (The School and Society).
Dewey é reconhecido como um dos mais renomados filósofos da educação. Seu nome tornou-se sinônimo do “movimento de educação progressista”. Em minha página John Dewey o leitor encontrará uma exposição do seu pensamento pedagógico mais detalhada.
O Progressismo, em seu tempo, significava a busca do progresso em todas as frentes da atividade humana. No campo da Educação deu origem ao movimento da Escola Nova, que ambicionava grandes mudanças na educação em todos os níveis. No Brasil, aqueles que apoiavam os princípios socialistas ou marxistas, também se diziam “progressistas”.
A “Educação Progressiva” tomou a forma de uma reação contra o modelo clássico da educação com a imposição de matérias de estudo, a disciplina e a Moral.
Dewey não concordava que, uma vez que as matérias relacionadas a esses temas não despertavam interesse natural nas crianças, então os professores tivessem que fazer as crianças se interessarem pelo assunto. Para ele o processo educativo deve ser construído a partir dos interesses da criança, e o professor deve ser um guia para os alunos, ao invés de lhes impor teorias e doutrinas áridas e desinteressantes para eles. O objetivo da escola é o crescimento da criança em todos os aspectos do seu ser, e não um crescimento bitolado em áreas específicas. Dewey Inseria-se assim no movimento progressista que encontrava em suas ideias o que incorporar como “Filosofia Progressista da Educação”. Tais concepções, no entanto, eram conhecidas na Europa desde o século XVIII, colocadas já por Rousseau, passando depois por Pestalozzi (1746-1827) e outros.
O Movimento de Educação Progressista colocou em cheque as práticas tradicionais de ensino, fundamentadas principalmente na doutrina do Herbart, sua prevalência estendeu-se até meados do século XX. Porém, ainda ao tempo de Dewey, e pelo próprio Dewey, o ensino progressista foi criticado por sua negligência no ensino de disciplinas básicas como matemática e ciências. Apesar de que a própria fé de Dewey na educação progressista nunca vacilou, ele veio a perceber que o zelo de seus seguidores introduziu uma série de excessos e defeitos na teoria.
Jean Piaget (1896-1980):
As primeiras comprovações do relacionamento existente entre o desenvolvimento do conhecimento e o desenvolvimento do cérebro foram realizadas por Jean Piaget, na metade do século XX. Biólogo, sua pesquisa sobre esse tema levou-o à Psicologia e ultimamente ao estudo da Filosofia.
Piaget mostrou que o próprio pensamento lógico, fundamento da razão, dependia de estruturas biológicas previamente dadas, e a criança somente seria capaz de realizar esse pensamento depois que o seu sistema nervoso alcançasse a etapa de crescimento estrutural para esse fim. Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança crescem em complexidade com a idade tornam-se aptas a realizar o raciocínio lógico em todas as circunstâncias a partir dos 10 a 12 anos.
É um engano que alguns cometem, supor que o Construtivismo, uma teoria pedagógica que estimula o desenvolvimento progressivo do aprendizado, tenha começado com Piaget. Na verdade, esse método já era praticado por Sócrates. No entanto, Piaget deu uma contribuição importante a essa teoria com a sua descoberta dos estágios de desenvolvimento sucessivos das aptidões para o aprendizado.
O Educador e o Conhecimento Filosófico
O mundo, hoje, precisa de ideias! Está envolvido com dilemas éticos gravíssimos, no campo político, econômico e moral, e para solucionar seus problemas precisa da reflexão filosófica. Reflexões sobre o mistério da natureza humana e do universo o destino da humanidade, a maturidade e a plenitude do ser estão por trás desses dilemas, e ainda é, e sempre foi, a essência da filosofia, o pensar e discutir ideias e conceitos sobre os quais a ciência pode apenas especular. É importante lembrar que a própria Ciência foi criação dos filósofos empiristas, que propuseram os métodos que todos nós ainda usamos hoje para separar a verdade das teorias sem fundamento, que é o assim chamado método científico.
Questões como a da trans-sexualidade e da homossexualidade, do terrorismo, da guerra e da corrupção, e a proliferação das religiões, fazem a carta magna das complicações do mundo atual. Mas existem dezenas de indagações colocadas à Filosofia, derivados da própria expansão do saber e do extraordinário desenvolvimento tecnológico das últimas décadas. São apenas algumas das incertezas que desafiam o pensamento filosófico:
- Até que ponto o significado de uma representação depende de sua relação com outras representações?
- São estados mentais (as formas de consciência) apenas estados cerebrais?
- Qual é a relação entre a psicologia e a neurociência?
- É o materialismo uma verdade?
- É a ação humana livre ou simplesmente causada por eventos no cérebro?
- Como pode a mente interpretada biologicamente como cérebro encontrar valor e significado?
- O que e quais são as emoções, e que papel elas desempenham no pensamento?
- Como mente/cérebro criam e avaliam representações do mundo externo?
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Os filósofos estão aí, embora muitos não se deem conta de que são filósofos e outros cheguem até a negar que o sejam. Estes últimos têm a falsa ideia de que Filosofia é o pensamento antigo, e que não tem nada a ver com as questões com as quais a ciência se depara em nossos dias. Porém, onde houver perguntas sem respostas, se na física quântica ou na ética, os filósofos estarão lá.
Os filósofos de nossa época escondem-se sob títulos diferentes, como “físico teórico”, “pedagogo”, etc. Muitos que se afirmam filósofos também são matemáticos, cientistas da computação, etc. Temos a sociologia, a psicologia evolucionista, a antropologia, etc. a filosofia da matemática, da psicologia, da biologia, do direito, da educação, da ciência e tecnologia etc. São a própria Filosofia, bem ou mau aplicada a uma área específica.
Problemas filosóficos podem ser tratados em termos de outras disciplinas. Consciência – neurociência e ciência cognitiva; livre arbítrio – um Assunto da psicologia evolutiva, estética e ética – a psicologia evolutiva está tomando conta, linguagem, e como um fenômeno e não um instrumento é recente e é estudado em linguística e departamentos de psicologia. Cosmologia (a origem do universo Física teórica em dois campos básicos, racionalistas (Física matemática) e empiristas (astronomia).
Temos que responder por nossas responsabilidades individuais e coletivas no compromisso com os direitos humanos universais, com a preservação do planeta, e decidir até que ponto podemos conduzir a manipulação genética.
Por isso o Educador não pode apenas conhecer sua parte da Filosofia. e deixar o resto, depois de passar pelo Departamento de Filosofia e aprender os fundamentos de seu campo. Precisa examinar filosoficamente sua própria condição de educador, a fim de garantir que o conhecimento que eles possuem estão verdadeiramente desprovidos de ambiguidades e também que aquilo que ensina não vai, inadvertidamente, de alguma maneira, contra a natureza e a dignidade da pessoa humana. Por que seu campo é importante? Que cientistas são honestos e quais são desonestos em sua área? Quanto se sente obrigado, em relação a si mesmo e à sociedade com respeito ao seu trabalho? Em que medida recebe uma compensação justa pelo que faz? Reconhece com justiça a ajuda que recebe?
Jacy Camarão de Figueiredo, em seu livro Fundamentos históricos e filosóficos da educação (1973) considera indispensável que o professor possa identificar como ele próprio e cada um de seus alunos concebem o conhecimento das coisas, do universo, e das pessoas, para que possa criticar suas próprias posições e também melhor compreender as atitudes e o ponto de vista do aluno, e melhor educá-lo. Nessa obra recomenda aos futuros professores aos quais leciona na Universidade Federal de Minas Gerais, refletirem sobre o problema do conhecimento não apenas nos aspectos de interesse direto da Filosofia da Educação, mas como um aprofundamento no estudo da própria Filosofia: “Isto é essencial para o papel do mestre – o mensageiro de cultura”, diz. O Mestre precisa atualizar-se em relação a todos os problemas e levar os jovens a se conscientizarem deles e a refletirem sobre eles.
O alcance e a profundidade das questões que devem ser abordadas “filosoficamente” parecem estar se expansão, ao invés de contração. Conceitos que são fundamentalmente filosóficos, tais como direitos humanos, justiça global, ética ambiental e ética biomédica só começaram a entrar no debate na última metade do século XX. Na verdade, parece-me que o futuro da filosofia é brilhante.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 19-10-2011.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Filosofia da Educação. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2011.