Universais, Funções, Aptidões e Ideias Inatas

Hoje: 03-12-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Desde a Antiguidade, os filósofos pelejaram por solucionar quais raízes tinham as diversas manifestações do comportamento humano em seus diferentes humores, diferentes modos controláveis e incontroláveis de reagir às diferentes situações, sua inteligência maior ou menor etc.

Uma corrente de filósofos supunha que uma única fonte de energia alimentava todas as atividades mentais: a alma.

Descartes pensava diferente. Segundo ele, as ideias que nos governam são “ideias inatas”. Isso ganhou algum foro de credibilidade quando se descobriu a função dos neurônios nas emoções e na estruturação do pensamento.

Aristóteles supõe três funções. Ele vê, somados ao comportamento humano, ambos os comportamentos que nomeou “vegetativos”, próprios dos vegetais, e os “sensitivos”, próprios dos animais, além de uma função racional que pode comandá-los. Aos comportamentos vegetativos do homem, Aristóteles dá pouca atenção, pois correspondem a movimentos diretamente decorrentes da fisiologia do corpo, como dormir, bocejar etc. Mas, a alma humana, segundo ele, é a mais completa de todas e, assim, além das funções que encontramos nas almas dos vegetais e dos animais, tem mais uma, que é a função da racionalidade, de modo que o comportamento mais próprio e mais excelente do homem seria aquele governado por essa última e mais alta função.

Estas são ideias antigas, mas não se pode dizer que estão superadas, uma vez que nos ajudam a entender a quais faculdades da mente podemos atribuir a maturidade.

Platão fala que são três as faculdades. Em sua psicologia, divide a alma em três partes: a parte lasciva ou sensual, relacionada aos prazeres corporais; a parte irascível, geniosa, correspondente aos impulsos e afetos; e, por último, a parte racional, mediante a qual é possível o conhecimento das ideias e a volição em sentido deliberativo, isto a vontade segundo a razão, e não segundo os instintos.

 As faculdades fundam-se em virtudes que lhes são correspondentes. Cada uma delas tem de estar regida de um certo modo, tem de possuir uma virtude particular. A alma concupiscível requer a moderação, o que se chama tradicionalmente de temperança. À alma irascível sustenta a coragem e a determinação. A alma racional tem de estar dotada de sabedoria ou prudência. Mas há ainda uma quarta virtude: as partes da alma são elementos de uma unidade e estão, portanto, numa relação entre si. Essa boa relação constitui o mais importante da alma e, por conseguinte, a virtude suprema, a justiça. Estas são as quatro virtudes que passaram como virtudes fundamentais, inclusive para o cristianismo (prudência, fortaleza, temperança e justiça, as chamadas virtudes cardeais). A que é considerada a mais sublime virtude, a justiça, se resolve com o equilíbrio entre as outras, a mesma condição para a existência da maturidade.

Veja, por favor, a página vinculada: “Os Pilares da Maturidade

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 07-02-2022.

Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Universais, funções, aptidões e ideias inatas. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2022.