Hoje: 21-11-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Quero mostrar nessa nota que existem regras de Boas-maneiras e Etiqueta também para a celebração de uma União Estável estabelecida com o objetivo de constituição de família, e não apenas para os casamentos civil e religioso.
- Havendo esse desejo mútuo de constituir uma família através de uma União-estável, as duas primeiras coisas a que se acham obrigados os namorados são à honestidade mútua e o respeito mútuo. Esta é a postura digna, própria para tratar uma questão como esta, e “postura digna” é uma recomendação ou norma de Boas-maneiras.
- A segunda norma é que se deve fazer a comunicação aos pais da intenção que tem o filho ou a filha de viver em União Estável com alguém que ama. É um dever de consideração para com eles que deve ser cumprido antes da consumação do acordo de união estável. A participação de uma união será uma prova de consideração e respeito social, e por isso é uma norma de Boas-maneiras, principalmente tratando-se dos pais. É uma tradição que acrescenta certo valor moral à união, e uma emoção a mais nos seus preparativos.
- As alianças terão gravados os nomes do noivo e da noiva, cada um dos dois usará aquela com o nome do parceiro. A data do casamento será gravada mais tarde. O anel do noivado, de uma pedra preciosa ou semipreciosa, natural ou artificial, de cor clara ou não muito escura (a partir do diamante até o topázio passando por uma variedade de cores que inclui a água-marinha) não receberá gravação alguma. Porém, não se fazem as alianças antes das visitas de participação aos pais do projeto da união.
- Na primeira vez que o namorado visita a mãe de sua namorada, ele será levado naturalmente a cumprimentá-la com carinho e respeito, ao lhe ser apresentado. Para expressar esses sentimentos, talvez ele deseje beijar-lhe a mão– um modo de cumprimentar enfaticamente condenado pelas pessoas de costumes menos requintados. Porém esta forma de cumprimento pode se tornar irresistível quando realmente se deseja mostrar de modo especial o afeto por uma senhora, no caso a mãe da pessoa amada.
- Ao fim do encontro, o noivo se despede do pai da noiva com um abraço, e a mãe da noiva o atrai para si e despede-se com um beijo no rosto. Ele pode tomar a iniciativa dos beijinhos de despedida, que será o modo mais apropriado de cumprimentar a sogra daí em diante. A namorada o acompanha até o portão do jardim para se despedirem. Não é correto a noiva sair com o namorado após esse encontro com seus pais. Ela deve ficar em casa com eles e ouvir a impressão que tiveram do rapaz que escolheu para companheiro.
- Na visita da jovem aos pais do namorado, ela deve se fazer acompanhar dos seus pais. Os cumprimentos serão simples apertos de mão. Na ocasião, os pais do namorado mostram às visitas as dependências de sua residência, os retratos da infância e da juventude do filho em quadros ou álbuns, bem como troféus que ele tenha ganho no esporte ou nos estudos, um gesto que tem um significado de integrá-los no seu convívio.
- Ao terminar a visita aos futuros sogros da filha, seus pais devem convidá-los a visitá-los, em um encontro para um chá à tarde em um sábado ou como melhor possa ser agendado. Ao recebê-los, os pais da jovem não fazem o gesto de lhes mostrar as principais dependências da residência. Limitam-se a recebê-los na parte social da casa.
- Após os encontros com os pais, é a ocasião para os pretendentes discutirem aspectos como religião (se a de um é diferente da religião do outro), recursos (com que rendimentos contam para a vida de casados), cultura (em que dificuldades podem implicar diferenças de nacionalidade), e outros possíveis tópicos que possam ser, eventualmente, causa de tensão entre o casal. Será bom para eles ouvirem a opinião de pessoas mais velhas, ou daqueles que tenham vivido situações semelhantes à em que se encontram. Mesmo que um conselho não mude nada, poderá trazer uma visão nova da situação e habilitá-los a tratar ainda melhor com o problema.
- Caso um dos namorados ou ambos tenham filhos de uniões anteriores, devem comunicar a eles a intenção de uma nova união, e conduzirem com habilidade as crianças a simpatizarem com o futuro padrasto ou madrasta. O “consentimento” deles será o mais delicado e difícil de obter, uma vez que sentirão que algo lhes é imposto, e que perdem espaço. O consentimento deles não pode ser às custas de um trauma, poderão variar dependendo da idade que tiverem, e de inúmeros fatores psicológicos influentes em tais circunstâncias.
- A visita a uma igreja ou capela, em horário de pouca frequência diferente do horário das celebrações, daria ao casal momentos de recolhimento espiritual afim de meditarem sobre a magnitude do passo que estão a dar. Se existe ocasião mais certa para uma profunda aproximação com Deus, certamente é esta. Podem rezar, e abraçados, fazerem votos sinceros de uma vida digna, e pedirem graças para a futura família que se propõem a fundar. Podem reservar para este momento se colocarem mutuamente as alianças. Em seguida o noivo oferece à noiva o presente do anel de noivado.
- Se for combinado assim, os recém-unidos poderão se dirigir à casa da noiva em tempo de também participarem do chá e para anunciar que estão unidos, e exibir suas alianças.
- O noivado não existe para os que já moram juntos, pois não faz sentido anunciarem que pretendem realizar uma união que já vivem há muito tempo. Por isso a maioria dos casais nessa situação faz a opção por um casamento discreto e uma comemoração familiar de caráter informal e íntimo.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 13-05-2022.
Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – União Estável. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2022.