Hoje: 03-12-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Um dos possíveis efeitos do vinho, devido ao seu percentual de álcool, é a retenção de água no organismo. O nível alto de álcool no sangue causa a diminuição da eliminação de água (urina); ao longo do tempo o corpo se adapta a esse excesso de água, que se torna permanente. Assim, o álcool que pode até ter uma ação diurética em pequenas doses e causar desidratação, tomado habitualmente com certo exagero causará efeito contrário sobre o organismo.
Além dos efeitos do álcool, há a considerar os efeitos dos aditivos empregados na fabricação do vinho. É uma prática universal a adição de sulfito ao vinho para ajudar sua conservação. Somente se no rótulo constar a afirmação “Sem sulfito” se pode saber que o vinho está livre desse produto químico. Na opinião de muitos fabricantes, além de comprometer a saúde do consumidor, a ação esterilizadora dos sulfitos destrói a vitalidade do vinho tirando o seu aroma.
Algumas pessoas são mais sensíveis ao sulfito que outras. As que não toleram essa sustância química têm dor de cabeça, enjoos e inclusive reações alérgicas significativas. É considerado o principal responsável pela ressaca, que é a dor de cabeça e indisposição que sistematicamente atingem aquela pessoa quando toma vinho.
A adição do sulfito é importante para a indústria do vinho devido ao seu poder de matar bactérias e seu efeito anti-oxidante. Não é, no entanto, um produto inteiramente estranho ao vinho, porque no próprio processo de fermentação alguns sulfitos se formam em pequena quantidade, e por isso existem naturalmente no produto. Por esse motivo não há, praticamente, vinho inteiramente livre de sulfitos.
Pessoas que ao testarem vinho contendo sulfitos experimentam os sintomas próprios das reações alérgicas, devem se abster de tomar vinho até que sua situação fique esclarecida, principalmente se é uma pessoa sujeita a crises de asma. Vinhos que contem mais açúcar necessitam doses ligeiramente maiores de sulfitos, e isto pode explicar porque algumas pessoas toleram melhor o vinho tinto que os vinhos brancos e os vinhos doces em geral.
Um substituto para o sulfito como estabilizador do vinho é o sorbato de potássio que também tem a propriedade de deter a fermentação, mas, na opinião de muitos, ele agrega cheiros desagradáveis e gosto ruim ao vinho.
O vinho pode provocar rubor facial em algumas pessoas, o que não representa alergia.
A dor de cabeça também pode ser causada por outras substâncias além dos sulfitos, e que também são produtos da fermentação, na fabricação do vinho. O acetaldeído formado durante a fermentação alcoólica, é considerado um possível responsável por dores de cabeça quando presente em grande quantidade no vinho. Mas ele é produzido em maior quantidade quando é feita a adição de sulfito, quantidade que pode decair conforme o grau de aeração do vinho. Com o envelhecimento do vinho esses compostos podem ser neutralizados. Por isso, tomar vinho novo de certas uvas que requerem envelhecimento (praticamente todos os vinhos tintos e os da uva Chardonnay) pode ser causa de dor de cabeça e ressaca. Mas a dor de cabeça pode ser simplesmente devida à propriedade de dilatação dos vasos sanguíneos que é peculiar ao vinho.
A mistura de bebidas, ou tomar vinho doce como acompanhamento de comida salgada, causa mal-estar e náuseas.
O tratamento da dor de cabeça e da ressaca pode ser um analgésico que não irrite o estômago (evitar aspirina), alguns copos de água ou então uma sopa (às vezes preferível, por repor o sal e o potássio perdidos na desidratação), e um cafezinho expresso para contrair os vasos dilatados que causam a dor de cabeça. Mas estes são conselhos caseiros e não substituem a opinião de um médico.
Para prevenir uma ressaca, não tome vinho com o estômago vazio, não o tome com saladas e sim com comidas ricas em gordura e proteína, e sobretudo beba pouco.
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Os bons efeitos do vinho são proverbialmente conhecidos. Recentemente pesquisas na área de saúde indicaram uma nova propriedade benéfica, na prevenção da obstrução arterial. Porém, o vinho pode despertar reações orgânicas adversas se é tomado impropriamente. “Vinho dá dor de cabeça” ainda é uma frase comum; “Ele passou mal por causa do vinho”, é outra. Essas frases deviam ser modificadas para “Vinho dá dor de cabeça, quando não se sabe escolhê-lo e como, e quando, tomá-lo. Provado e tomado corretamente, praticamente não existe prejuízo algum para quem o consome. Existem também pessoas alérgicas, e outras que têm problemas de saúde para os quais o vinho é prejudicial.
Vinho-e-água. Pode-se dizer que a regra número um para se tomar vinho é que ele é bebido alternadamente com a água. Onde houver uma garrafa de vinho, deve haver uma jarra de água preferencialmente bem fria ou gelada, para ser tomada moderadamente, a espaços, ao longo da refeição. A principal razão para isso é que o vinho pode ser refrescante, mas não é hidratante. Ao contrário, o álcool que ele contém é um diurético, ou seja, provoca a eliminação da água do organismo e a consequente quebra do balanço de líquidos do corpo, principal causa da dor de cabeça e da ressaca. Outra função da água é remover o sabor da comida na boca, a intervalos durante a refeição, quando se deseja gozar separadamente o sabor de um vinho muito especial. O anfitrião ou o garçom oferecerão ou encherão primeiro os copos de água, e só depois encherão o copo de vinho.
Quando se dispõe a louça, os talheres e os copos na mesa de refeição, deve-se colocar no mínimo dois copos: um maior para água e outro para o vinho. Servir o vinho à mesa sem esse cuidado indicará falta de conhecimento do assunto.
Conservantes. Além dos efeitos do álcool, há a considerar os efeitos do sulfito, um anti-oxidante adicionado ao vinho para matar bactérias e ajudar na sua conservação. O sulfito é considerado também o principal responsável pela ressaca, que é a dor de cabeça e a indisposição que atingem a pessoa mais sensível quando toma vinho. Pessoas que experimentam reações alérgicas ao testarem vinho contendo sulfitos, devem se abster de tomá-lo, principalmente se está sujeita a crises de asma. Vinhos que contem mais açúcar necessitam dose ligeiramente maior de sulfitos, e isto pode explicar porque algumas pessoas toleram melhor o vinho tinto que os vinhos brancos e os vinhos doces em geral.
Na opinião de muitos fabricantes, além de comprometer a saúde do consumidor, a ação esterilizadora dos sulfitos no vinho destrói o seu aroma. Este produto não é, no entanto, inteiramente estranho ao vinho, porque no próprio processo de fermentação alguns sulfitos se formam em pequena quantidade, e por isso existem naturalmente no produto. Por esse motivo não há, praticamente, vinho inteiramente livre de sulfitos.
Um substituto para o sulfito como estabilizador do vinho é o sorbato de potássio que também tem a propriedade de deter a fermentação, mas, na opinião de muitos, ele agrega cheiros desagradáveis e gosto ruim ao vinho.
Mas a dor de cabeça pode ser simplesmente devida à dilatação dos vasos sanguíneos que o vinho provoca. O tratamento pode ser um analgésico que não irrite o estômago (evitar aspirina), alguns copos de água ou então uma sopa quente (às vezes preferível, por repor o sal e o potássio perdidos na desidratação), ou apenas um cafezinho expresso para contrair os vasos dilatados
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 26-11-2003.
Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Efeitos do vinho. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2003.