Pierre Bayle

Hoje: 22-11-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Bayle, Pierre (1647-1706), filósofo cético e enciclopedista francês, autor de “Dicionário Histórico e Crítico” (1696-1697), que editava também o influente jornal Nouvelles de la république des lettres (“Notícias da república das letras” – 1684-1687), afirmando em suas cartas sua independência dos cartesianos.

Nascido em Le Carla, em 1647, filho de um ministro protestante, converteu-se ao catolicismo em 1660. Escreveu seu primeiro texto filosófico quando estudante no colégio jesuíta de Toulouse, alguns meses depois de sua conversão.Voltou, porém, à religião de seus pais tão logo terminou seu ano de filosofia. Então mudou para Genebra onde ficou até 1673.

Em 1675, Bayle tornou-se professor de filosofia na academia calvinista de Sedan, onde ele escreveu seu manual de filosofia e também Objections contra o cartesiano Pierre Poiret (1679). É professor em Sedan até o ano de 1681. Deixando Sedan imediatamente antes da supressão da Academia, Bayle mudou para Roterdã, onde ensinou história e filosofia na “Escola Ilustre” e abraça, novamente, o protestantismo. Em 1681 escreveu o seu Pensées diverses sur la comète (“Pensamentos diversos sobre o Cometa”, publicada em 1694-1704), uma análise sutil da superstição popular, seguido um ano mais tarde pelo Critique générale de l’historie du calvinisme de M. Maimbourg, uma forte defesa do protestantismo francês, livro que foi condenado pelas autoridades católicas e queimado na place de Grève em Paris.

Em 1684, Bayle fundou o Nouvelles de la République des Lettres (“Notícias da Republica das Letras”, 1684-1687)., a revista de literatura e filosofia mais influente da época. Após a revogação do Édito de Nantes (1685) ele atacou fortemente a intolerância religiosa e defendeu o “direito da consciência em erro” no seu Commentaire philosophique (1686). O trabalho foi condenado por todos os teólogos protestantes, inclusive o ortodoxo Pierre Jurieu e o moderado Elie Saurin; ambos viram o trabalho como uma “eulogia” de descrença religiosa.

Em 1690 Bayle publicou o Avix aux réfugiés, uma crítica aguda a atitude política do refugiados protestantes na Holanda. Bayle foi denunciado por Jurieu às autoridades políticas e religiosas de Roterdã, que o dispensaram do cargo na “Escola Ilustre”. A partir de então, Bayle desistiu de qualquer forma de engajamento político e dedicou-se a um novo projeto: a redação do Dictionnaire historique et critique (“Dicionário Histórico e Crítico” (1696-1697), seu mais famoso trabalho, o qual apareceu ao fim de 1696. Os últimos anos de vida Bayle dedicou a uma nova edição do Dictionnaire (1702) e a aguda controvérsia com teólogos como Jean Le Clerc, Isaac Jaquelot e Jacques Bernard. No Continuation des pensées diverses (1704), Bayle mostrou a impossibilidade de responder às objeções dos ateus contra a teologia, tanto do ponto de vista teórico como moral. Ele morreu em Roterdã, em 1706, declarando outra vez sua fé na bondade e misericórdia de Deus.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 00-00-1997.

Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – FILOSOFIA MODERNA: Resumos Biográficos. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 1997.