Hoje: 22-11-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Witt, Johan de. Estadista holandês nascido em 24 de setembro de 1625 e falecido a 20 de agosto de 1672. Chefe executivo (Pensionário) dos Estados Gerais de 1653 a 1672, guiou as províncias Unidas na primeira e segunda guerra contra a Inglaterra (1652-54 e 1665-67) e consolidou o poder naval e comercial da nação. Filho de Jacob de Witt, seis vezes prefeito de Dordrecht, De Witt atuou como advogado em Haia antes de se tornar Chefe executivo de Dordrecht em 1650. Ele imediatamente tornou-se um líder no conflito entre os estados (assembléia) holandeses e o chefe (regente virtual) Guilherme II, príncipe de Orange. Guilherme, planejando uma outra campanha contra a Espanha, recusou o pedido da Holanda em 1650 para reduzir as forças armadas e reduzir as despesas.
Apesar do príncipe regente ter o apoio do exército e de várias províncias, o partido de De Witt, o partido dos Estados Gerais, triunfou quando Guilherme morreu em novembro de 1650, deixando os republicanos adversários da Casa de Orange no poder pelos 20 anos seguintes. Nomeado Grande Pensionário Executivo máximo da Holanda em 1653, De Witt obteve a aceitação dos holandeses do tratado de Wesminster (Abril de 1654) terminando a primeira guerra holandesa contra a Inglaterra (1652-1654). Ele persuadiu os Estados da Holanda (Parlamento) a aprovar uma clausula secreta do tratado (O “Ato de Exclusão”), excluindo o Príncipe de Orange, parente do deposto rei Stuart, Carlos I da Inglaterra, do posto de regente da Holanda.
Após a paz De Witt reconstruiu a Marinha holandesa, melhorou as finanças públicas, e estendeu a supremacia comercial da nação nas Índias Orientais. Na primeira guerra nórdica (1655-1660) ele mandou uma frota poderosa para salvar a Dinamarca da conquista pela Suécia e para assegurar o comércio das Províncias Unidas no comércio do mar Báltico. Rebatido em um esforço para aliar-se com o recente restaurado (1660) Carlos II da Inglaterra, De Witt assinou um tratado com a França (1662). A rivalidade comercial entre a Inglaterra e as Províncias Unidas entrementes cresceu, tornando-se amarga, especialmente na América do Norte, Sudeste Asiático e Guine, com a Segunda Guerra Anglo-holandesa estalando em 1665. A reconstrução naval que De Witt tinha promovido trouxe frutos sob o comando do Almirante Michiel Adriaanszoon de Ruyter na medida que as Províncias Unidas marcaram vitórias decisivas, destruindo a maior parte da frota britânica em Chatham em 1667 e reforçando a posição de negociação da Holanda em um eventual tratado de paz. Depois que Luís XIV de França invadiu os países baixos espanhóis ao final do mesmo ano (Guerra da Devolução), colocando em perigo tanto a Inglaterra quanto a republica holandesa, De Witt e Carlos II assinaram o Tratado de Breda (Julho de 1667) e então formaram uma aliança no início de 1668 (Chamada a Tríplice Aliança por reuniu também a Suécia) para deter a agressão dos franceses. Carlos, porem, assinou um tratado secreto de Dover com a França, em maio de 1670 e preparou um invasão anglo-francesa das Províncias Unidas.
De Witt passou nas Províncias Unidas um Édito Perpétuo, em 1667, abolindo a posição de Regente e separando dela do posto de capitão geral. Porém, após os distúrbios populares que se seguiram à invasão francesa de Junho de 1670 (1672?), Guilherme of Orange (Guilherme III, rei da Inglaterra a partir de 1689), foi nomeado Capitão-General das Províncias Unidas e lhe foi dado poder total, incluindo a regência. Os holandeses abriram os diques do mar e conseguiram manter os franceses a um dia de marcha de Amsterdã. Em 4 de agosto, De Witt renunciou como grande Pensioneiro.
De todos os púlpitos se acusava Johan de Witt e o partido governante de ateus e culpados pela infelicidade do país. Os orangistas estavam então no controle e eles prenderam o irmão de De Witt, Cornelis, em 24 de junho, sob acusação de conspirar contra Guilherme III. Quando De Witt. foi visitar seu irmão na prisão de Gevangenpoort em Haia, em 20 de agosto, os dois foram trucidados por uma multidão orangista.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 1997.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Vultos e episódios da Época Moderna. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 1997.