Hoje: 22-02-2025
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Manteiga. De vários tipos e sabores, são cremes feitos a partir do leite animal ou de óleos vegetais, de amplo consumo principalmente para enriquecer fatias de pão e no preparo de torradas. A manteigueira é parte do aparelhamento da mesa de refeição quando pão é servido ao café, ao chá, ou em almoços e jantares. Com a faca da manteigueira transfere se uma porção ou bolinha da manteiga para o pratinho de pão, ou para um local próximo à borda do prato de refeição, e dessa porção, usando a própria faca (a faquinha de pão, se houver), retiram-se porções menores para passar em cada pedaço do pão.
Mexilhões. Têm concha bivalva escura, oval alongada, que se abre no cozimento a vapor ou na fervura.
Milho verde. Em qualquer circunstância em que for servido milho verde cozido, o modo de comer é levar a espiga descascada à boca e morde-la, segurando-a pelas pontas. Antes, passe manteiga apenas de um lado, e só depois de comer os grãos desse lado da espiga, passe manteiga na outra parte. Normalmente a espiga vem descascada em uma bandeja e a pessoa espeta uma com o garfo e a deixa em seu prato. Em seguida espeta os dois apoios ou “garfos para espiga”, um em cada ponta, para manuseá-la.
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Ostra. Molusco bivalve como a ameijoa, da qual difere por ter concha não simétrica, de superfície irregular, a parte superior mais plana e enrugada e a inferior com maior concavidade, além de produzir a pérola. Vive presa a rochas, madeira, casco de barcos, enquanto a ameijoa vive enterrada na areia. A ameijoa é comida cozida, e ostra crua ou mal cozida. Como aperitivo, come-se com o garfo tridente pequeno conhecido por “garfo de lagosta”.
Ovo a la coque. V.p.f. Ovo quente.
Ovo quente. Ovo a la coque, ou ovo quente, ou ainda three minutes egg, (ovo de três minutos) é o ovo aquecido em água fervente por três minutos, comido mole, na casca ou em uma taça, geralmente com uma pitada de sal, e tem a vantagem de não levar gordura e, ao mesmo tempo, não sofrer tanta alteração quanto o ovo frito. É um excelente fortificante: tomar dois ovos quentes pela manhã é considerado um ótimo reforço proteico e de costume acompanham o café da manhã em muitos lares e hotéis no Brasil e na Europa. Para preparar: deixar a água ferver, baixar o fogo, e levar o ovo à água com uma colher, e com ela retirá-lo, após três minutos. Existe um porta-ovo de metal, para vários ovos, como o da Fig. que pode ser imerso na água fervente e depois levado à mesa para servir. Os três minutos de cozimento em água fervente são considerados suficientes para matar a salmonela, um contaminante comum da casca do ovo e que pode passar para o seu interior.
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O ovo quente toma-se após as frutas e o suco, e antes do café e de outros eventuais complementos. Requer uma taça especial para ser servido.
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As taças para o ovo são geralmente de louça, mas existe também em metal e madeira. A figura acima (C, na Fig. 12) é de um dos formatos mais simples e mais encontrados. Algumas taças são duplas, têm a forma aproximada de uma ampulheta, porém com bocas de diâmetros diferentes (A, na Fig. 12), a boca ligeiramente menor funciona como a taça comum e é usada se a preferência for pelo modo usual de comer o ovo na casca. Se a boca da parte mais bojuda for voltada para cima, funciona como taça onde é vertido o conteúdo do ovo para ser misturado com sal, pimenta, curry, etc. A taça dupla pode também proteger o ovo sob o bojo maior, para que não esfrie rápido, principalmente quando são servidos dois ovos. Se este for o caso com uma peça de louça, o garçom precisa, obviamente, avisar o cliente que há um ovo sob a taça.
A abertura na casca pode ser feita com a faquinha de pão. Dá-se um pequeno golpe com a faca para iniciar o corte. Para fazer o corte em círculo, roda-se a faca presa em uma das mãos – ou gira-se o ovo preso à taça com a outra mão, como em B, na Fig. 12 (Cada um descobre seu melhor jeito para cortar). Retira-se a pequena calota e os fragmentos da borda, e também um pouco da clara, se necessário. Existe também um cortador de “tampa de ovo”, como o que se vê na Fig. 6, aplicado a um ovo que está em um porta-ovo com saleiro. Basta apoiar este aparelho sobre o ovo e apertar as duas peças laterais coloridas. Ao ser retirado, o cortador traz a calota cortada.
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O ovo é comido com uma colherinha própria, parecida com a colher de chá, de concavidade um pouco mais larga e alongada, e cabo mais curto. A colher de chá pode substituí-la com propriedade. Coloca-se uma pitada de sal e, com o movimento próprio da colher no interior do ovo, procura-se destacar a clara da casca, em pequenas porções, e mexe-se o conteúdo para misturar os fragmentos da clara mole com a gema e o sal. Não se leva o ovo aberto diretamente à boca para ser tomado de um trago.
Vários ovos podem ser cozidos ao mesmo tempo em um porta-ovo que é mergulhado na água para o cozimento e depois levado à mesa, como o da Fig. 14.
Ovo pochê. Ovo cozido sem casca em água fervente, salgada ao gosto, mais uma colher de sopa de vinagre de uva ou maçã por litro de água..No momento de colocar o ovo, o fogo é apagado. Para evitar que o ovo se espalhe na água, esta é previamente movimentada com uma colher de modo a criar um redemoinho, e o ovo é deixado cozer no centro do giro, por aproximadamente 7 minutos. Após cozido, é comido com faca e garfo sobre uma fatia de pão com manteiga.
Panqueca. Alimento à base de farinha de trigo mexida com leite, ovos, sal ou açúcar. A mistura mantém-se líquida e é cozida em calor moderado na chapa ou frigideira, até formar uma massa assada, fina e macia. Pelo modo como a mistura é vertida no recipiente para cozer, toma geralmente a forma circular. É servida de dois modos: inteira, plana para ser coberta e enrolada à mesa, ou já enrolada com um recheio doce ou salgado. No primeiro caso a cobertura (manteiga derretida, mel ou outro ingrediente doce ou salgado) vem em separado. Usa-se a faca para espalhar a cobertura e ajudar na formação da rodilha; come-se somente com o garfo. Em formato de pequenas porções, ou dobrada em quatro em forma triangular, ou enrolada em cone, com recheios sofisticados, as panquecas são conhecidas como Crepes.
Pão. O pão nunca é cortado a faca, mas partido com as mãos, e esta norma aplica-se ao pão-de-queijo, ao pão de batata, croissant, etc. Separa-se pedaços que correspondam a duas porções, e desta tira a primeira porção a ser comida e a segunda é levada na vez seguinte, antes de se partir outro pedaço. Se houver manteiga (em eventos formais é pouco comum), cada pedaço é untado no momento de ser levado à boca.
NOTA: Fatias de pão de forma não são normalmente colocadas no pratinho de pão, mas se houver, serão comidas do mesmo modo que os não fatiados.
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Peixes. De variadas espécies, algumas tradicionalmente mais consumidas pela culinária nacional. O modo de comer o peixe é comum a todas as variedades. Utiliza-se o garfo de peixe, em geral mais curto e aberto que o garfo comum, e a faca de peixe, que pode ser apenas de menor tamanho que a faca de carne, mas também pode ter um degrau no início do cabo, Fig 15. A finalidade da faca não é tanto de cortar e sim de separar os bocados que se comerá com o garfo. O conjunto faz parte do aparelhamento da mesa quando o prato de peixe está previsto no menu da refeição a ser servida, mas, no restaurante a la carte, o que se coloca ao lado do prato são os talheres para carne, e este é substituído pela faca e garfo de peixe se este for o prato escolhido pelo cliente. V.p.f. Como comer.
A escolha de um prato ao restaurante requer que a pessoa conheça algumas espécies de peixe, não apenas para saber o que escolher quanto ao sabor, mas também para entender o porque da variação de preço dos pratos em que ele é o ingrediente principal. Serão com certeza mais caros os pratos de bacalhau, robalo, salmão, e serão provavelmente mais baratos os de namorado, dourado, filhote, pescado, surubim, corvina, taínha, e outros em geral mais abundantes.
Queijo. Come-se queijo com o garfo, sem emprego da faca.
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Salada. Prato consistindo de vegetais em folha e de legumes, ocasionalmente contendo pedaços de fruta como, p. ex., abacate. No costume inglês, é servida como entrada, antes do primeiro prato. Na Europa Continental é usualmente comida após um prato de massa. principal. Come-se com garfo próprio, que tem os dois dentes laterais reforçados para o corte de talos e legumes, e usa-se a faca correspondente apenas para ajudar o garfo a enrolar as folhas (Fig. 16).
NOTA. No aparelhamento da mesa, o garfo de salada (V.p.f.) é posicionado entre os talheres na ordem em que o prato será servido. A faca é posta na mesma posição relativa, entre as demais.
Sanduíches. O sanduíche tradicional é comido apenas com o uso das mãos. Sanduíches que não podem ser mordidos porque são muito altos, ou que têm algum molho que possa respingar, devem ser abertos, com a camada de recheio de cada metade voltada para cima e o pão para baixo, e comidos com faca e garfo.
Uvas. Se as uvas estão em uma bandeja, elas não são retiradas uma a uma pelo comensal, mas em pequenos cachos separados do cacho maior com uma tesoura. Não havendo esse instrumento, com os dedos se rompe a haste menor da haste principal, e do pequeno cacho, no prato de sobremesa, separam-se as uvas. Isto evita que fiquem na bandeja vários talos com restos da fruta arrancada, prejudicando o aspecto da bandeja de frutas.
Vieira. Conhecida também por “escalope” [do ing. Scallop] Molusco bivalve semelhantes à ostra, porém com uma concha mais perfeita, em forma de leque. É a “coquille St. Jacques” dos franceses, e o conhecido símbolo da empresa de petróleo Shell. A parte mais apreciada de sua carne, macia e levemente adocicada, são os músculos que abrem e fecham a concha gerando o jato que move o animal, ao contrário das ostras que se fixam a cascos de navio, rochas no fundo do mar, e outros suportes. É preparado e comido do mesmo modo que a ostra (V.p.f.).
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 31-07-2009.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Como se come. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2009.