Hoje: 21-12-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
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A
Abafador. Tampa alta, de prata ou aço inoxidável com que se protege a comida principalmente com a finalidade de conservá-la quente, Fig.1. No restaurante, usado para cobrir um prato preparado na cozinha, no trajeto até o cliente, ou uma bandeja levada até o gueridon (V.p.f.).
Abelhudo. Indivíduo que, em uma conversa, se mete em assuntos alheios movido por curiosidade indevida, e dá sua opinião sem que esta lhe seja pedida. Mexeriqueiro.
Abraço. Forma tradicional em algumas culturas de se cumprimentarem duas pessoas, cingindo uma à outra com os dois braços, em um amplexo de peito contra peito. É próprio de homens e mulheres, com sinal de sinceridade e amizade. A regra que visa evitar colidirem-se os consiste em uma (a pessoa que inicia o cumprimento) colocar seu braço direito sobre o braço esquerdo – e seu rosto sobre o ombro esquerdo – da outra, e ambas se tocarem nas costas com a palma da mão direita, bem acima da cintura. Fig. 2.
NOTA: Em alguns países, como na Inglaterra, o abraço não é admitido. Em outros, como nos Estados Unidos, é aceito de modo muito limitado. Os árabes lhe acrescentam beijos no rosto. O cumprimento é breve. No caso dos homens, não dura mais que o tempo de duas a três palmadinhas nas costas um do outro, destinadas a dar um sentido masculino ao gesto. As mulheres cumprimentam do mesmo modo, mas substituem as palmadinhas por um leve esfregar da mão direita sobre as costas da pessoa abraçada.
Abricó. Fruta pequena, esférica, amarela, de sementes pretas e lisas, da qual se fazem compotas e refrescos.
Abridor. Utensílio do bar doméstico para remover rolhas de cortiça (saca-rolhas) ou as tampinhas de metal das garrafas (abridor de garrafa), ou cortar o tampo de latas (abridor de latas), para liberar seu conteúdo. Na Fig. 3, vários modelos; alguns combinam duas ou mais funções.
Abstêmio. Pessoa que não toma bebida alcoólica. Em jantares informais, e principalmente se for o convidado de honra, o abstêmio deve prevenir o dono da casa de que não tolera ou está proibido de ingerir bebida que contenha álcool. Em refeições formais, sempre haverá água ou alguma opção de refrescos.
NOTA: No entanto, o abstêmio deve aceitar um pouco de champanhe ou vinho para o brinde. Se estiver definitivamente obrigado a abster-se de álcool, leva a taça aos lábios, umedece-os, e em seguida enxuga-os com o guardanapo.
Acarajé. V.p.f. a página Como se come.
Ácaros. V.p.f. a página Higiene.
Acelga. Verdura de folhas macias, de largo emprego em saladas.
Acidentes. V.p.f. a página Acidentes em recepções.
Acne. Inflamação pontual na pele, principalmente do rosto.
Adega. Depósito ou dispensa para bebidas e comestíveis cuja conservação requer temperatura constante e pouca luz. As prateleiras têm borda com recorte para acomodar o gargalo das garrafas. É também chamada Cava (Fig. 4).
Adereço. Qualquer pequeno enfeite ou adorno usado sobre o corpo ou na roupa. Joias e bijuterias tais como colares, brincos, pulseiras, etc. ou objetos simbólicos de significado religioso ou folclórico.
Aerofagia. Deglutição de ar comum a estados ansiosos, principalmente ao tomar líquido, mas que ocorre também em consequência de falar muito ou de engolir apressadamente a comida.
NOTA: Em situações em que o indivíduo está tenso, por motivo de timidez ou temor, a deglutição de líquidos é prejudicada, e chega a provocar um ruído na garganta perceptível aos demais, o que aumenta o embaraço da pessoa. O barulho pode ser reduzido ou não ocorrer se o líquido preencher também o fundo das cavidades laterais da boca, antes da deglutição.
Aerograma. Papel para mensagens curtas provido pelos Correios e que, dobrado segundo indicado, transforma-se em envelope no qual o usuário coloca o endereço do destinatário.
NOTA: O aerograma não deve ser usado na resposta a uma carta ou mensagem recebida com utilização de meio mais formal e elegante. A resposta deve empregar uma modalidade igual ou superior à da correspondência recebida.
Afabilidade. Modo delicado e gentil de tratar as pessoas, uma das virtudes mais apreciadas e recomendadas em Boas Maneiras.
Afrodisíaco. Qualidade apregoada em certos restaurantes, de um prato com um ou mais ingredientes que supostamente estimulam o interesse sexual.
Agendas-de-planejamento. A agenda em geral é um registro, mapa ou esquema de planejamento com a finalidade de lembrar datas e compromissos a elas vinculados, ter à mão nomes e endereços de pessoas e firmas, lembrar providências e dar uma sequência lógica e eficaz às etapas de realização de um projeto ou preparação de um evento.
NOTA: Utilizam desde simples cadernos a livros impressos especialmente para esse fim, a computadores portáteis com capacidade para associações cruzadas, etc. V.p.f. a página Casamento-agendamentos
Agradecimento. Expressão de reconhecimento devida a quem faz uma distinção ou um favor, por aquele que é distinguido ou favorecido. Após participar de um jantar ou festa a qual foi convidada, a pessoa deve enviar, no dia seguinte, uma mensagem de agradecimento ou telefonar e cumprimentar a anfitriã pelo que for possível elogiar do evento.
NOTA: A qualquer pequeno favor deve-se agradecer com um “Obrigado(a)”, que significa a pessoa se sentir obrigada a eventualmente retribuir a distinção ou favor recebidos; ou ainda “Grato(a)”, que significa estar alegre por receber uma gentileza. No fecho da correspondência, deve-se evitar a expressão “Agradeço antecipadamente” trocando-a por outra como, p. ex.: “Agradeço-lhe pela sua atenção” ou simplesmente se despedir com um “Muito obrigado” (por ter lido a carta, a mensagem, ou ouvido o recado).
Agridoce. Comida ou tempero que tem sabor picante e ao mesmo tempo adocicado.
Água. Em uma refeição formal a água é colocada nos copos antes do vinho. Em um restaurante, dependerá de ser solicitada ao garçom e ele encherá o copo. Em um jantar oferecido em casa, o dono retém a jarra de água, e os copos lhe são passados para que sirva cada conviva – procedimento que repetirá em seguida com o vinho. O copo é cheio até apenas alguns milímetros acima do meio.
Água, copos. Para a água que é tomada isoladamente, o modelo de copo não importa. Para a água servida à mesa em uma refeição formal, é conveniente que o copo seja da mesma coleção dos copos de vinho que estarão dispostos ao seu lado. Usualmente ele se distingue dos outros por ser maior e menos bojudo, com a haste do pé mais curta. Pode ser seguro pelo bojo, ou pela haste, uma vez que manter a temperatura da água não é tão importante quanto manter a do vinho branco, cujo copo é seguro sempre pela haste.
Água-mineral. A água captada na natureza é mineralizada, sendo necessário destilá-la (água destilada) para que se torne pura. Por isso a chamada “água-mineral” recebe esse nome por provir diretamente de uma nascente limpa, devidamente estudada e aprovada pela Saúde Pública, e não receber nenhum aditivo, sendo puramente natural. No rótulo da garrafa são listados os gases e minerais naturais que contem.
NOTA. Algumas fontes de águas particularmente ricas, ou que são levemente radioativas, naturalmente gasosas, ou quentes, e consideradas boas para a saúde, em geral dão origem a balneários, além de empresas de engarrafamento para o comércio. Hoje a indústria desenvolveu métodos de transformar uma água comum bombeada de poços profundos ou captada em rios ou represas, filtrada e tratada, em água mineral gaseificada artificial, com adição de minerais e dióxido de carbono.
Água-de-Colônia. Perfume que leva o nome da cidade onde foi criado e ganhou fama. É uma solução alcoólica com essência ou extrato de limão, e das plantas bergamota e lavanda.
Aliança. Anel de ouro de espessura e perfil variados, lisa, sem gravações externas ou pedras, usada no dedo anelar como símbolo de compromisso, tanto no noivado quanto no casamento. Alianças distinguem-se dos anéis por serem isentas de adornos que pudessem distrair de sua finalidade única de sinalizar um voto de compromisso. O perfil tradicional é abaulado ou arredondado em cima, e plano em baixo. No lado interno, as alianças terão gravados os nomes do noivo e da noiva, cada um dos dois usará aquela com o nome do parceiro. A data do casamento é posteriormente gravada.
Alcachofra. V.p.f. a página Como se come.
Almeijoa. V.p.f. a página Como se come.
Almíscar. Perfume extraído da secreção de glândulas abdominais do almiscareiro, pequeno animal da família dos veados (cervídeos).
Almofadinha. Expressão de crítica a sujeito que se penteia e se veste sempre com apuro excessivo e por vezes inadequado.
Alta-roda. Elite, alta sociedade.
Alteza. V.p.f. a página Pronomes de tratamento.
Amamentar. Procedimento de dar, a mãe, o peito à criança para alimentá-la. Quando feito em público, é costume cobrirem-se o rosto da criança e o seio, tanto por recato como para dar ao bebê mais tranquilidade para alimentar-se.
Amídala. Glândula de tecido linfático com destacado papel na causa do mau-hálito. V.p.f. halitose.
Amigo-oculto. Jogo natalino no qual cada participante encontra por sorteio o nome do amigo a quem deverá presentear. Em clima de descontração, antes de entregar o presente, quem presenteia faz um pequeno discurso bem humorado enaltecendo qualidades do presenteado.
Amor-próprio. Interesse posto em si próprio, sem considerar prejuízos aos interesses das outras pessoas. Preocupação com a própria felicidade ou vantagem. Difere da autoestima (V.p.f.) a qual pode ter por fundamento, inclusive a dedicação às causas e interesses alheios.
Anarquia. Em Boas Maneiras, desordem em que se comprazem pessoas de pouca maturidade mental e pessoal, como forma de expansão do seu Ego. Não confundir com anarquismo, que é uma ideologia política.
Ancestrais. Parentes de gerações anteriores, que figuram no tronco da Árvore-genealógica, ou nas ramificações mais altas da Árvore de Costado. O seu conhecimento é tido como fundamental para a consciência de família e de cidadania, e para o sentimento de autoestima do indivíduo.
NOTA: O conhecimento da origem da família, da sua ligação a uma tradição ou cultura é parte da estrutura de identidade do indivíduo, e não pode ser objeto de gracejos, comentários pejorativos e outras formas abertas ou veladas de preconceito e menosprezo. Mesmo diante de exageros, Boas Maneiras recomenda atenção respeitosa. Se alguém se gaba de descender de Carlos Magno, quem ouve precisa manter o rosto impassível. Aqueles que, ao contrário, não acreditam ter qualquer antepassado ilustre devem ser encorajados a manter a memória de seus pais e avós, como um legado de conhecimento para seus filhos e netos.
Anfitrião. (Fem. anfitriã). O dono da casa ou chefe de família que recebe o(s) convidado(s) em casa, em um restaurante ou outro local, em um evento social (recepção para jantar, coquetel, casamento na família, etc.). Nenhum de seus convidados – nem mesmo uma rainha –, é maior que ele enquanto na relação anfitrião-convidado. Porém, sem que perca o controle do evento, ele pode ceder posições e privilégios seus a alguém que queira homenagear de modo especial. O casal anfitrião divide as responsabilidades no que naturalmente tocar a cada um dos dois: ela mais atenta aos aspectos sociais do encontro, ele mais atento a certas providências para o bom andamento dos serviços, ou vice-versa. Os anfitriões não devem ser confundidos com promotores de eventos, organizadores de uma festa ou de eventos públicos em geral, que estão a seu serviço.
NOTA: É uma importante responsabilidade dos anfitriões escolherem com cuidado as pessoas que convidam, e proverem o indispensável para o êxito do evento que assumem promover. Devem saber quais pessoas não convidar para a mesma ocasião, e quais teriam prazer em se encontrarem. Todos os detalhes, inclusive o trabalho dos empregados, serão direta ou indiretamente supervisionados por eles. Refletirão sobre a sua reputação de bem receber tanto o brilho e o sucesso, como suas falhas ou o fracasso da recepção. Cabe-lhes acolher cada convidado com atenção e mostras de agrado, dispensar um instante de conversa a cada um, e cuidar para que todos sejam bem servidos.
Os anfitriões devem mostrar generosidade: comida e bebida fartas, porém sem exageros. Variedade excessiva de pratos e excesso de bebidas, podem prejudicar a festa. Realizam também um verdadeiro trabalho de mise en scene, ou seja, como o diretor no teatro conduz os atores, eles iniciam cada novo momento do convívio e lideram os convidados em cada etapa do evento. No caso de algum imprevisto, devem manter a calma. Não podem esperar que outros – nem mesmo um convidado muito importante –, tomem iniciativas ou providências em seu lugar.
Angustura. V.p.f. a página Bebidas destiladas, coquetéis e licores.
Animais-de-estimação. Podem ou não ser animais domésticos pois o que conta é que suprem alguma carência de objetivação psicológica de seus donos, e por isso chegam a ter para eles um valor superior ao da própria pessoa humana. Esta contingência, no entanto, não pode eximir o dono da atenção e do cuidado para que amigos e vizinhos não sejam molestados.
NOTA: Cães mal cuidados ladram por qualquer motivo, perturbam o sono da vizinhança, mordem as visitas e assustam os passantes, sem que seus donos deem maior importância ao fato. Os cães precisam de um bom treinador e de um bom canil com instalação de água e esgoto. Porém, a grande maioria dos proprietários, em lugar de manter essas instalações, leva seus cães a passear para defecarem frente ao portão alheio.
Quem é vítima dessa desconsideração, em lugar de desentender-se com o seu vizinho pode tentar o recurso de usar na calçada um repelente próprio vendido nas farmácias veterinárias. Existem em alguns países leis municipais obrigando os donos de cachorros a levar um saco e uma pá para recolherem os dejetos deixados por seus bichos nas vias públicas.
Anisete. V.p.f. a página Bebidas destiladas, coqueteis e licores.
Aniversário. Dia do mês em que, a cada ano, um evento é lembrado pela correspondência com a data da sua primeira ou única realização. Ex: aniversário da proclamação da República. Assim são lembradas, em relação às pessoas, a data do nascimento (aniversário natalício), do casamento (bodas), etc.
NOTA: Dará muita alegria às crianças a “semana do aniversário”. É uma medida de muito efeito psicológico, por ampliar a consideração que recebe de seus pais e irmãos. Os pais disporão de mais tempo para levá-las às lojas para escolher um brinquedo, e facilitará também encontrar na semana o dia mais favorável para a festa de soprar as velinhas.
Aniversário-de-quinze-anos. V.p.f. Baile de quinze anos.
Antepasto. O mesmo que hors-d’oeuvre. V.p.f. na página Roteiro de um jantar completo.
Antropologia social. Certas minúcias nos hábitos culturais dos povos se tornam subitamente importantes no encontro entre pessoas de civilizações diferentes. Tratar o outro com consideração e respeito exige conhecimento dos costumes próprios da sua cultura, nacional ou regional. O estudo desses costumes pertence à Antropologia Social, disciplina que, por essa razão, guarda importante vinculação com Boas Maneiras e Etiqueta.
NOTA: Comer com as mãos é tão próprio e adequado quanto usar talheres, dependendo da cultura em que a pessoa vive. Não se pode alegar perigo para a saúde se houver o hábito de bem lavar as mãos antes das refeições, tal como se exige que garfos, facas e colheres estejam bem limpos. E assim como existem regras de etiqueta quanto a servir-se com talheres, comer com as mãos de modo civilizado – na civilização que admite esse costume –, também requer obediência a certas normas. Por ex.: Não se usa a mão inteira ou as duas mãos, mas apenas três dedos da mão direita para segurar os bocados.
Uma outra diferença importante está no uso do garfo na mão esquerda. Este modo de comer chama a atenção nos Estados Unidos ou no Brasil, onde historicamente ele é usado na mão direita (lá, por influência inglesa direta e aqui pela mesma influência, porém por via da Corte portuguesa que o trouxe para o Brasil). Já na França e nas culturas influenciadas pelos franceses, o correto é seu uso na mão esquerda.
Gestos ofensivos em uma cultura podem ser amigáveis e estimulantes em outra: os americanos e os ingleses não gostam de serem abraçados, nem que o interlocutor se aproxime muito quando se falam. Também a noção de pontualidade varia entre estar “na hora” em cima dos ponteiros do relógio ou estar “dentro da hora” com ampla tolerância para um esperar pelo outro. Variações regionais também são importantes. No Brasil, a duração de uma visita, que em média não chega a uma hora no Sul, no Nordeste tende a durar a tarde inteira.
Aparte. Pronunciamento que interrompe a fala principal de um orador, para fim de dar uma opinião favorável ou contrária, prestar um esclarecimento ou fazer uma justificativa em relação ao seu discurso. É normalmente precedido de um “pedido de aparte”
NOTA: Os apartes devem ser de alguma forma, úteis, e não manifestações de rancor ou de excessiva simpatia. Podem ser úteis não apenas por juntarem à exposição esclarecimentos importantes, mas também como modo de encorajar uma pessoa tímida a desenvolver sua exposição.
Aperitivos. V.p.f. a página Bebidas destiladas, coquetéis e licores.
Apresentações. V.p.f. a página Apresentações.
Acidentes. V.p.f. a página Acidentes em recepções.
Arco de espadas. Ritual militar de saudação e homenagem realizado por oficiais com as suas espadas (Fig. 1). Também chamado Céu-de-espadas (Aeronáutica) e Arco-de-sabres (Marinha) ou, genericamente, Arco de aço. Ao primeiro comando, três ou mais pares de oficiais em uniforme de gala formam face a face uma fila dupla; ao segundo comando, erguem suas espadas, e cada um faz tilintar a ponta da sua arma contra a ponta da arma do companheiro que está à sua frente. Ao terceiro comando, depois da passagem do homenageado, os oficiais baixam as espadas; ao quarto comando enfiam suas pontas uns dez centímetros na bainha, e ao quinto comando as colocam por completo, todos ao mesmo tempo e em uníssono.
No ritual de homenagem Arco-de-sabres, o procedimento é o mesmo que no Arco-de-espadas e no Céu-de-espadas, porém feita por oficiais da Marinha, a qual utiliza aquela arma. A diferença é, portanto, apenas quanto à arma, o sabre em lugar da espada. A espada é reta e tem corte nos dois lados, o sabre é ligeiramente curvo e tem corte apenas no lado convexo da sua curvatura. O movimento de torcedura do punho no sentido horário coloca as lâminas com o corte e a curvatura convexa voltadas para cima, o que dá ao arco uma forma mais perfeita que o arco feito com espadas retas.
A denominação “Céu-de-espadas” sugere que seja empregada quando a homenagem é feita por oficiais da Aeronáutica.
Casamento Militar. Apesar de se prestar a homenagens militares em variadas circunstâncias, o Arco de aço (espadas ou sabres) é mais conhecido por fazer parte da cerimônia de casamento entre militares ou quando um dos cônjuges é militar. Fig. 5 (desenho calcado sobre foto do início do século XX). É uma forma de saudação aos noivos para expressar votos de felicidades dos camaradas de armas aos recém-casados. No casamento entre militar e noiva civil, o último integrante da guarda de honra do lado da noiva poderá baixar a espada – impedindo por um instante sua passagem – e dará um leve golpe em sua veste à altura do seu joelho (ritual de “retenção e boas vindas”), enquanto pronuncia uma saudação a ela que, pelo matrimônio, entra no seio da família militar.
Os cerimonialistas que adotam o pai e o noivo à direita da noiva no cortejo de entrada e no altar reconhecem as exceções obviamente necessárias como, p. ex., quando o pai da noiva, ou o noivo, é um militar, e carrega (ou poderia carregar) uma espada ou espadim do lado esquerdo. Neste caso o noivo se põe ao altar do lado esquerdo da noiva e, no cortejo, o pai também entra pelo lado esquerdo e dá o braço direito à filha, e são feitos arranjos para adaptação a essa particularidade.
O Arco de espadas pode ser parte do casamento em qualquer religião, e ser realizado no interior do templo, se houver permissão da autoridade religiosa. Como os oficiais assistirão à cerimônia, ainda que o Arco deva ser executado apenas fora do templo é conveniente que sejam reservados lugares para eles e suas esposas no extremo dos bancos, de cada lado do corredor central. Assim poderão sair prontamente para a função, logo que terminem a cerimônia e as fotos no altar. A noiva não militar deve ser informada da natureza da homenagem, inclusive do detalhe da “retenção e boas vindas”, para não se assustar. Crianças curiosas precisam ser afastadas do local da formação militar devido ao risco de acidentes. Abrir champanhe com espada ou sabre ou usar essas armas para cortar o bolo do casamento é considerado vulgar e não acontece em eventos que tenham um mínimo de requinte.
Arco de sabres. V.p.f. Arco de espadas.
Arroz-doce. Comum em todas as regiões do país, é feito com arroz cozido no leite, adoçado com açúcar, temperado com casca de limão e, depois de pronto, coberto com canela em pó.
Árvore-de-costado. Desenho esquemático construído de pequenos retângulos ou simples disposição gráfica, com os nomes dos parentes ligados por linhas ou setas, em sucessivos níveis correspondentes às gerações passadas. Tem na base o nome do indivíduo ao qual a Árvore de Costado pertence, e nos sucessivos níveis os seus avós, bisavós, trisavós, etc., até uma extensa linha de nomes no topo, com os nomes de todos os casais de avós dos quais ele descende. Apesar do nome, a Árvore de Costado não é desenhada sobre a figura de uma árvore.
Árvore-genealógica. Uma representação gráfica em que uma árvore é desenhada e em seus ramos colocados retângulos com os nomes do registro genealógico que se deseja mostrar. Tem, na base, os nomes do casal de ancestrais mais antigos, e o tronco contem os nomes que representam determinada linhagem em sucessivas gerações. O cume contem o ramo com os nomes da geração mais nova. V.p.f. a página Genealogia, a história da sua família.
Assento-numerado. É um item que requer muita atenção tanto ao embarcar em aviões como em ônibus e trens, e ao procurar o assento no teatro. O espectador, ou o passageiro, deve conscientizar-se seriamente de que um lugar numerado está, de fato, reservado ao portador do bilhete com o mesmo número da poltrona respectiva. A identificação cuidadosa requer conhecimento de como os lugares são numerados, pois os sistemas variam. V.p.f. Teatro, e a página Viagem: transporte.
NOTA. Em um transporte e no teatro, o passageiro e o espectador evitarão uma situação vexatória se verificarem com atenção o número de sua poltrona e localizá-la corretamente. O dono do assento do qual outro se apropria não sairá à procura de lugar vago, nem fará um questionamento que poderá ser áspero. Em caso de alguma dificuldade, deve recorrer à aeromoça ou rodomoça e, se estiver no teatro é prudente pedir ajuda a um funcionário, para que seja solucionado o problema. Em muitos casos pode não ser engano no número da poltrona e sim erro de data.
Assobiar. O som do assobio é irritante para a maioria das pessoas e por isso assobiar é um hábito que deve ser evitado, por respeito à sensibilidade dos outros, ou para não perturbar com o ruído o trabalho alheio.
Atitude. Decisão assumida em relação a uma causa ou questão. As atitudes do indivíduo são um importante elemento de influência no relacionamento entre pessoas. São reveladoras do seu caráter, das suas convicções e personalidade. Pode representar uma reação ou maneira de ser, em relação a determinada pessoa, objeto, situações, etc: ânimo, atitude positiva ou negativa. Uma atitude deve ser assumida e expressa com moderação no falar e no agir. V. Tb. a página Postura do corpo.
NOTA: Uma atitude deve ser precedida de reflexão e tomada com convicção. Atitudes maduras refletem o conhecimento que é possível ter de todos os elementos que pesam em uma decisão.
Autoestima. Entendo por “autoestima” o sentimento resultante do conhecimento comparado do próprio valor, em relação a valores pessoais respeitados no meio social ou a que o próprio indivíduo aspira como valores ideais, e do qual a pessoa tem consciência por autocrítica ou pelo reconhecimento social que recebe. É referência natural para sua felicidade e decisão de existir, e fundamento para o seu bom comportamento social. Cp.c. amor-próprio. A auto estima do outro é respeitada quando ele é reconhecido em tudo aquilo a que empresta valor e fundamenta sua própria autoestima.
Azeite-de-dendê. Óleo denso, de cor avermelhada, sabor adocicado, extraído do coco, fruto da palmeira do dendê ou dendezeiro, planta cultivada principalmente na Bahia e no Pará. Tem largo emprego na culinária baiana, além de emprego mundial em várias indústrias, como matéria prima para cosméticos e, mais recentemente, combustível vegetal.
Azeite-de-oliva. Óleo fino, de cor levemente esverdeada, extraído da azeitona, e imprescindível nas saladas de verdura. É colocado na mesa juntamente com o vinagre, em galheteiros, cujo designe, em geral, é artístico e atraente
O azeite obtido através de processo de prensagem a frio de azeitonas maduras e de centrifugação da pasta é o Azeite de Oliva Virgem. É um produto natural, não fermentado e de baixa acidez (geralmente menos de 2%).
A variação de qualidade implica principalmente o grau de acidez, os aromas exalados pelo produto, e outros fatores que influem no sabor detectado pelo paladar de quem o consome. Classifica-se como azeite extra, chamado Extra-Virgem, aquele cuja acidez é menor do que 0,8. Não é considerado de boa qualidade o azeite com acidez acima de 2%, ou um azeite com grau de acidez baixo, mas com aroma e sabor inexpressivos. Uma acidez no limite pode ser compensada por aroma e sabor agradáveis.A principal adulteração do Azeite de Oliva é por adição de óleos comercialmente mais baratos, como o óleo de soja.
NOTA: Tipicamente o azeite de oliva afeta o paladar distintamente em três pontos de três modos: uma sensação doce na ponta da língua, outra amarga na parte superior da língua e uma sensação picante na base da língua. Como todo produto do extrativismo vegetal (vinho, sucos, café, chá, etc.), também o azeite extraído da azeitona (oliva) está sujeito a variações de qualidade impostas pela variedade da planta e pela maturação dos frutos no momento do processamento, pelo clima e natureza do solo em que a árvore cresce, e ainda pelo modo como a colheita e o processamento do fruto são praticados.
Azeiteira. Galheta do azeite. Frasco que vai à mesa em um galheteiro, com outros de sal e pimenta moída.
Azeitona. V.p.f. a página Como se come.
Azucrinar. Importunar continuamente, apoquentar sem dar trégua. Estar alguém a incomodar continuadamente o outro por insistir em um assunto que aborrece. A frase “ele não para de me azucrinar” é correta e a mais própria para substituir a gíria “ele não larga do meu pé”.
2001/2009
R.Q.Cobra
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Verbetes de Boas-maneiras e Etiqueta. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2001/09.