Hoje: 23-11-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Pietistas Herrnhutistas. Essa modalidade de pietismo ou puritanismo foi proscrita pela Paz de Westphalia (1648), mas foi revivida sob forma de Pietismo Alemão ao final do século XVII, junto ao protestante subterrâneo na Moravia e na Bohemia (onde o protestantismo era proibido). De lá passou para as áreas protestantes da Alemanha onde se espalhou, com profunda influência sobre a nobreza. Foi assim que o jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf conheceu e entrou para o movimento. Um grupo de famílias seguidoras da tradição da irmandade da Bohemian fugiu da Moravia em 1722 e assentou-se na propriedade do conde na Saxônia, onde fundaram Herrnhut. (herrnhut tanto significa “sob o cuidado do Senhor” como também “montando guarda para o Senhor”). Herrnhut tornou-se a comunidade mãe do que depois se tornou a igreja da Morávia.
O grande zelo evangélico da irmandade fez que Herrnrut se tornasse o centro de um programa mundial de pregação cristã. Em 1727, os primeiros missionários deixaram a sede para trabalhar entre os escravos nas Índias Ocidentais (Antilhas) em 1732. Nas duas décadas seguintes missões seguiram para a Groelândia, o Suriname, a África do Sul, Algéria, e para o meio dos índios na América do Norte. O Conde Zinzendorf visitou Copenhague em 1731, por ocasião da coroação de Cristiano VI.
Herrnhut desenvolveu um tipo de comunidade em que a vida civil e religiosa eram integradas em uma sociedade teocrática, um protótipo para cerca de 20 assentamentos na Europa e na América. Os irmãos mantinham a si e aos projetos com uma indústria de artesanato. As comunidades garantiam a seus membros casas comunitárias, comida, roupa, emprego, e assumiam inteira responsabilidade pelo cuidado e educação das crianças seguindo teorias pedagógicas inovadoras e eficazes de Zinzendorf. Havia divisão comum do trabalho e da produção, e a comunidade cuidava das necessidades de seus membros em troca de seu trabalho.
Zinzendorf’ procurou desenvolver pequenas igrejas dentro da Igreja, com a finalidade de revitalizar e assim unificar as igrejas em uma única comunhão Luterana. Perseguido pelo governo saxão, Zinzendorf foi banido de sua propriedade. No exílio o conde foi sagrado bispo da Unitas Fratrum (Irmandades Unidas). Formou novas irmandades na Inglaterra, Holanda e no Báltico. De 1741 a 1743 ele viajou à América, instalando congregações morávias em Nova York e na Pennsylvania. Retornou a Herrnhut em 1749 e lá presidiu a Igreja da irmandade até sua morte em 1760.
Após a visita do conde Zinzendorf’ à Dinamarca em 1731 o trabalho morávio de pregação evangélica cresceu no país, e surgiu a necessidade de criar no país um centro para esse trabalho. O governo dinamarquês estava também interessado em ter uma cidade na região norte do Ducado de Schleswig, para estimular a indústria, o comercio e o artesanato. Quando, em 1768, o rei Cristiano VII, acompanhado do jovem Struense, médico da corte, passeou pela Europa após sua coroação, visitou na Holanda a cidade de Zeist, que os morávios haviam fundado recentemente. Impressionado com o desenvolvimento da indústria e do comércio ali, achou que seria ótimo para seu país ter uma versão dinamarquesa de tal cidade. Em April de 1773 foi lançada a fundação da primeira casa da cidade que foi chamada Christiansfeld, em honra do rei Cristiano VII.
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