Francesco Patrizzi

Hoje: 30-10-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Patrizzi, Francesco (1529-1597) filósofo renascentista italiano, protestante, nascido na ilha de Cherso e falecido em Roma, filho do juiz Franjo e de Maria Lupetina.

Na juventude Patrizzi estudou a filosofia de Platão e também a tradição hermética, as escrituras, matemática, estética, arquitetura e urbanismo. Buscou os textos autênticos de Aristóteles cuja poética criticou, produzindo suas próprias regras.

Em 1538 deixou a ilha como marinheiro a bordo do navio pertencente a seu tio e depois viajou na marinha veneziana sob o comando de Andrea Doria, tendo participado de uma batalha perto de Novigrado. Tornou-se negociante de livros, de algodão e mais tarde editor. Estudou grego em Ingolstadt e quando Carlos V combateu ali os protestantes, viajou para Pádua, onde estudou medicina em 1547, estudos que trocou por matemática e filosofia. Vendeu seus livros de medicina e após a morte do pai, foi para Ancona (onde tornou-se membro da Academia da Fama), Bologna, e outras cidades italianas. Esteve por algum tempo em Chipre, a serviço da nobreza local. Estudou Marcelo Ficino e Pico della Mirandola. De Chipre viajou para a Espanha onde vendeu a Filipe II uma coleção de livros de filosofia, ciência, teologia e música grega, dos quais restam ainda hoje vinte sete volumes. Retornou a Pádua onde lecionou filosofia até 1592, e depois viveu em Roma, lecionando na Universidade La Sapienza, até sua morte. Na La Sapienza existiam, já em fins do século XV, cadeiras de astronomia, matemática e historia.

Escreveu a utopia “La città felice”, considerado um dos mais importantes textos do século XVI, que ele pretendeu que fosse um guia para a felicidade humana.

Em seu “Le rime di Messer Luca Contile, divise in tre parti, con Discorsi, et Argomenti di M. Francesco Patritio…” (1560) ele dá os fundamentos de sua própria imagem do mundo e seus conceitos sobre o universo, a beleza e o amor, e faz considerações complexas sobre a fenomenologia do amor de acordo com seus tipos. Analisa o amor como um fenômeno natural e biológico da beleza, e trata da sua fisiologia e psicologia.

O seu Discussionum peripateticarum, (1571) é importante para a compreensão da complexidade dos problemas da filosofia aristotélica discutidos no Renascimento. Patrizzi apresenta seu próprio modelo filosófico e seus conceitos de filosofia livre, baseados no pensamento crítico, busca de fontes, dúvida das regras de raciocínio e de “verdades eternas” com respeito à natureza; aponta as dúvidas e as contradições de Aristóteles, e explica a origem do título “Metafísica” na obra daquele filósofo.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 1997.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz – FILOSOFIA MODERNA: Resumos Biográficos. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 1997.