Hoje: 22-12-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Diogo Gomes Carneiro (1618-1676).
A linha moralista da filosofia é aquela de que mais necessitamos em nossos dias. No entanto, é a que menos tem interessado aos filósofos. Talvez porque as questões da Moral tenham se tornado objeto de uma tão grande controvérsia que nenhum argumento moral parece confiável. Em um tempo diferente, Diogo Gomes Carneiro Marquez de Aguiar, foi um moralista.
Contemporâneo do Padre Antônio Vieira, Diogo Gomes Carneiro, é tido como o primeiro brasileiro a publicar um livro de prosa. Foi Secretário do Rei Dom Afonso (Reinou de 1656 a 1668), que o nomeou Cronista geral dos Estados do Brasil. Seu nome está no Catálogo dos Clássicos da Academia das Ciências de Lisboa. Sua filosofia moral está contida na Oração apodixica aos cismáticos da pátria (apodíctica? silogismo apodítico ou silogismo demonstrativo), que saiu em 1641.
O livro de Diogo Gomes é, na verdade, endereçado aos portugueses. No ano anterior a sua publicação, Portugal se libertara do jugo espanhol e renascia como nação. Como Vieira fizera aos brasileiros na Bahia diante do invasor holandês, Diogo Gomes Carneiro anima os portugueses na reconstrução da Pátria e faz uma exortação no sentido de que o renascimento do reino se desse por caminhos de uma política ética, que os cidadãos reconstruíssem o país politicamente dentro de um propósito moral elevado.
Diogo Gomes Carneiro nasceu no Rio de Janeiro, em 1618 como data mais provável, e faleceu em Lisboa a 26 de fevereiro de 1676. O próprio Diogo Gomes Carneiro se declara, em seu livro, ser “brasiliense, natural do Rio de Janeiro”.
Os “cismáticos da pátria” são aqueles portugueses que, em Portugal e no Brasil, não aceitavam a libertação de Portugal e pretendiam que continuasse o domínio espanhol. No Brasil chegou a haver uma revolta na Capitania de São Vicente, com a proclamação, pelos partidários de Espanha, de um rei, Amador Bueno da Ribeira (avô do bandeirante paulista Amador Bueno da Veiga que fundou o arraial do Rio das Mortes, hoje São João del Rei), que manteria o Brasil ligado à Espanha. Amador Bueno recusou a coroa.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 18-01-2011.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Diogo Gomes Carneiro. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2011.