Adolf Hitler

Hoje: 21-12-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Adolf Hitler (1889-1945), fundador do nazismo cujos conceitos básicos divulgou através de seu livro Mein Kampf. Como ditador alemão durante as décadas de trinta e quarenta, é considerado o único responsável pela segunda guerra mundial. Seu pai, Alois Schicklgruber, – Alois Hitler depois que assumiu o sobrenome de seu pai natural –, era funcionário da alfândega e, após sua aposentadoria, foi com a família viver nas imediações de Linz, a capital da Áustria Superior, e ali o futuro ditador passou a maior parte da sua infância. Quando o pai faleceu em 1903, deixou uma pensão e economias suficientes para manter a mulher e os filhos.

Hitler teve pouco rendimento na escola e não recebeu o certificado, interrompendo os estudos aos 16 anos, em 1905. Por dois anos viveu ocioso em Linz. Após a morte da mãe, Klara Hitler, em 1908, ainda vivia de pequeno rendimento, com o qual se manteve em Viena. Desejava ser estudante de arte, mas falhou duas vezes que tentou entra para a Academia de Artes. Por alguns anos viveu só e isolado, conseguindo uma pequena renda com a pintura de cartões postais e anúncios, e vagando de um abrigo municipal para outro.

Em 1913 Hitler mudou para Munique. Foi chamado temporariamente à Áustria para ser examinado para o exército (1914) e foi rejeitado como inapto, mas quando começou a guerra de 1914, apresentou-se como voluntário do exército alemão. Serviu durante a guerra, foi ferido em 1916 e envenenado por gás dois anos depois. Por bravura em ação foi duas vezes condecorado com a cruz de ferro, uma condecoração rara para um cabo. Com alta do hospital após a derrota alemã, ficou alistado no seu regimento e designado como agente político, juntou-se ao pequeno Partido dos Trabalhadores Alemães em Munique (fundado por Drexler, Feder e Eckart em 1919). O partido era pequeno, comprometido com um programa de princípios socialistas, de liderança dividida, e tinha apenas 53 membros quando Hitler juntou-se a ele.

De trato difícil, Hitler não foi logo bem aceito. Porém, conscientes de que o futuro do partido dependia do seu poder de organizar a publicidade para conseguir fundos, os dirigentes deram-lhe a presidência com poderes ilimitados em julho de 1921. Desde logo ele decidiu criar um movimento de massas.

Munique havia se tornado o lugar de encontro de antigos e insatisfeitos soldados do exercito alemão, relutantes de retornar a vida civil, e por agitadores políticos empenhados no tradicional separatismo ou em protestos contra o governo republicado de Berlim. Visando esse público, Hitler engajou-se em uma incansável propaganda através do jornal do partido o Volkischer Beobachter (“Observador popular”) e por meio de uma sucessão de comícios desenvolveu seu talento único para magnetizar e liderar massas, rapidamente crescendo de uma audiência de uns poucos interessados para milhares de seguidores.

Uma figura importante era Ernest Röhm que, além de membro do novo Partido, fazia parte do comando distrital do exercito, e era responsável por garantir a proteção do governo da Baviera, o qual, porque dependia do exército local para a manutenção da ordem, tacitamente aceitava suas violações da lei e sua política de intimidação. Röhm foi de grande ajuda. Foi ele quem recrutou as esquadras, o chamado “braço forte”, utilizadas por Hitler para proteger os comícios do partido, atacar os socialistas e os comunistas. Em 1921 estas foram formalmente organizadas sob as ordens de Röhm em um exército privado do partido, o SA (Surmabteilung). Hitler reuniu ao seu lado vários dos lideres nazistas que mais tarde seriam julgados ou acusados de crimes de guerra: Alfred Rosenberg, Rudolf Hess, Hermann Göring, e Julius Streicher.

O clímax desse rápido crescimento do partido nazista na Bavária veio com a tentativa de golpe para tomada do poder, o atentado de Munique (Hall da Cerveja) em novembro de 1923, quando Hitler e o general Erich Luderndorff tentaram forçar o comando do exército a proclamar uma revolução nacional. Quando levado a julgamento Hitler tirou vantagem da imensa publicidade que o acontecimento lhe deu. Ele também tirou uma lição do golpe – que o movimento precisava chegar ao poder por meios legais. Foi sentenciado a prisão por cinco anos, mas ficou preso somente nove meses, e isto com suficiente conforto para preparar o primeiro volume do seu Mein Kampf.

Ele considerava a desigualdade entre as raças e os indivíduos como parte de uma imutável ordem natural e exaltava a raça ariana como o único elemento criativo da humanidade. Toda moralidade e verdade era julgada por este critério: se era de acordo com o interesse e preservação do povo. A unidade do povo encontrava sua encarnação no Führer, dotado de autoridade absoluta. Abaixo do Führer o Partido formado dos melhores elementos do povo e também seu guardião. O maior inimigo do Nazismo era o rival Marxismo. Além do Marxismo ele via o maior inimigo de todos, os Judeus, que era para Hitler a própria incarnação do mal.

A Alemanha não poderia encontrar seu destino sem o Lebensraum (“espaço vital”), terras para abrir e alimentar a crescente população alemã. O espaço vital deveria ser encontrado na Ucrânia e nas terras do leste Europeu, terras a serem tomadas ao povo eslavo, que ele classifica de untermenschen (subumanos), e diz ser governado por uma conspiração judeu-comunista com sede em Moscou.

Hitler percebia mais rapidamente que qualquer um como podia tirar vantagem de uma situação. Após sua saída da prisão suas rendas derivavam ao azar do provimento pelos fundos do partido e de escrever em jornais nacionalistas. A crise de 1929 abriu um período de instabilidade econômica e política. Hitler pode pela primeira vez alcançar uma audiência nacional quando teve a ajuda das organizações e jornais do partido Nacionalista, associado aos nazistas. Recebia doações dos industriais, ansiosos por usá-lo para estabelecer uma forte ala direita, anti-trabalhista, recursos que colocaram o partido em base financeira sólida, permitindo que ele fizesse seu apelo emocional para a classe média baixa e os desempregados, baseada na proclamação de sua fé de que a Alemanha acordaria de seus sofrimentos para retomar sua grandeza natural.

Colocado em posição forte pelo grande apoio popular, em novembro de 1932 Hitler propalou, por todos os artifícios de sedução de massas e com a habilidade de um ator, que a chancelaria era o único cargo que aceitaria, e isto por meio constitucional, não revolucionário. Em janeiro de 1933 o presidente Hindenburg, do partido nacionalista, convidou-o para primeiro ministro da Alemanha e ele assumiu o cargo.

Ele era indiferente a roupas e comida, nunca fumando ou bebendo chá, ou álcool, porém não tinha inclinação pelo trabalho regular. Ele continuou, mesmo mais tarde, como Führer, a rebelar-se contra a rotina, uma característica que ele atribuía ao seu temperamento artístico. Sua meia irmã Ângela Raubal e suas duas filhas passaram a viver com ele. Hitler apaixonou-se por uma das sobrinhas, Geli, mas mostrou-se tão obsessivamente ciumento que isto levou a moça ao suicídio em 1931. Hitler ficou inconsolável. Depois interessou-se por Eva Braum, que se tornou sua amante. Ele raramente permitia que ela aparecesse em público e disse não casar-se porque prejudicaria sua carreira.

Uma vez no poder, Hitler tratou de estabelecer uma ditadura absoluta. O incêndio no palácio (Reichstag), uma noite de 1933, aparentemente provocado por um comunista holandês, Marius van der Lubbe, deu-lhe a desculpa para um decreto suspendendo todas as garantias de liberdade e para uma intensificada campanha de violência. Ele nunca pensou em desapropriar os líderes da indústria alemã, uma vez que servissem os interesses do estado nazista. Nestas condições, o partido chegou a uma votação expressiva nas eleições daquele ano.

O velho amigo Ernst Röhm, como cabeça da SA, era visto com grande desconfiança pelo exército. Göring e Heinrich Himler estavam ansiosos por remover Röhm, mas Hitler hesitava. Finalmente, em 1934, ele chegou a uma decisão e Röhm e outros foram executados sem julgamento. Satisfeitos por verem a SA aniquilada, os chefes militares apoiaram as ações de Hitler. Quando o presidente Paul von Hindenburg morreu eles consentiram na fusão do cargo de primeiro ministro ou chanceler com o da presidência da república o que colocava todos os poderes nas mãos de Hitler, inclusive o comando das forças armadas. Os militares, oficiais e soldados, passaram a fazer juramento pessoalmente a Hitler. No plebiscito Hitler teve 90 por cento de apoio. Por desinteresse em assuntos de rotina e por interessar-se mais pelos grandes lances de política que havia delineado no seu livro Mein Kampf, Hitler deixou a administração inteiramente aos cuidados de seus subalternos, que agiam arbitrariamente em todas as questões internas de sua esfera de mando. A reunião em um único país de todas as regiões onde viviam alemães era sua principal diretriz de conquista.

Antes que suas planejadas campanhas se tornassem possíveis, era necessário remover as restrições que o Tratado de Versalhes impunha à Alemanha. Hitler usou toda a arte da propaganda para que a Europa o visse como o campeão contra o odiado comunismo soviético e insistiu que ele era um homem de paz que apenas desejava remover as injustiças do Tratado de Versalhes. Retirou a Alemanha da Liga das Nações no mesmo ano de sua confirmação como Führer, ao final de 1933, despertando um novo ânimo nos alemães, que impulsionaria o desenvolvimento do país nos cinco anos seguintes.

A aliança com a Itália, já prevista no Mein Kampf, rapidamente tornou-se realidade como resultado do ressentimento dos italianos contra a Inglaterra e a França pela oposição feita à ocupação italiana da Etiópia. Em outubro de 1936 estava formado o “eixo” Roma-Berlim e pouco depois o pacto contra a Rússia assinado com o Japão, e um ano mais tarde esses dois pactos referendados em um pacto único, o Eixo Tóquio-Roma-Berlim.

Em novembro de 1937 Hitler delineou seus planos de conquista em um encontro secreto com seus líderes militares, a começar pela Áustria e a Checoslováquia. Três anos antes, em meados de 1934, ele havia estimulado uma revolta entre os nazistas da Áustria, que reivindicavam a anexação à Alemanha. Com o apoio da embaixada alemã, organizaram um golpe e assassinaram o chanceler Engelbert Dollfuss. Porém Mussolini, o ditador italiano, havia mobilizado tropas para intervir contra o golpe, que fracassou. Hitler voltou à carga no início de 1938, assegurando-se primeiro do apoio da Itália. Quando o chanceler Kurt von Schuschnigg decidiu efetuar um plebiscito sobre a reclamada anexação, Hitler imediatamente ordenou a invasão da Áustria pelas tropas alemãs. Entrou gloriosamente em Viena, e proclamou então uma gratidão imorredoura a Mussolini por este não haver, desta vez, interferido.

Seguiu-se a anexação da Checoslováquia, onde o nazismo também tinha seus adeptos e agitadores entre a minoria alemã. A questão pareceu solucionada com a interferência da França e Inglaterra, e do amigo Mussolini, que propuseram a integração à Alemanha da parte do país cujos habitantes eram de origem alemã. Com esta solução, Hitler adiou apenas temporariamente seu plano de anexação, apenas até a desordem popular estimulada pelos nazistas lhe fornecer motivo para invadir o país proclamando sua anexação em março de 1939. Imediatamente após, suas ameaças fizeram que o governo Lituano cedessem parte de seu território na fronteira com a Prússia Oriental, um enclave alemão no norte da Polônia.

A resistência. Concluídas as anexações, Hitler procedeu às conquistas necessárias a criar o “espaço vital” que desejava para a Alemanha. Seu primeiro objetivo era a Polônia. Assegurou-se do apoio italiano, que inclusive lhe forneceria tropas, com um novo acordo em maio de 1939, e celebrou em agosto outro pacto de conveniência, com a Rússia, para que esta não interferisse no seu projeto. A invasão da Polônia foi efetuada antes do inverno daquele ano.

Isto precipitou uma reação que Hitler não desejava para tão cedo: a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Obrigado a voltar sua atenção imediatamente para o oeste europeu, tentou negociar a paz com os novos inimigos, sem resultado. Iniciou então sua ofensiva contra a França e a Inglaterra indiretamente, invadindo primeiro a Dinamarca e a Noruega, em abril de 1940, países antes não envolvidos e apanhados de surpresa pelas forças alemãs. Pelo norte apanhou de surpresa também a França, cujas linhas de defesa fortificadas no leste ficaram sem efeito. Entusiasmado, Mussolini também entrou na guerra em apoio aos alemães.

A resistência a Hitler na França foi comandada por De Gaulle, de Londres. Inicialmente, para resistir ao ataque alemão iniciado em maio de 1940, o presidente da França, Paul Reynaud, apelou para um herói francês da primeira guerra mundial, o marechal Petain, que foi nomeado primeiro ministro. O marechal concluiu porém que o exército francês não tinha chances contra a moderna máquina de guerra alemã, e pediu o armistício.

Hitler assinou um armistício com a França vingando as arrogantes exigências dos franceses colocadas no tratado de Versalhes, na capitulação da Alemanha em 1918.

Como preço pelo armistício, Hitler exigiu o pagamento em matérias primas e alimentos para o esforço de guerra alemão. O Armistício incluía uma cláusula de trabalhos forçados dos jovens franceses nas fábricas alemãs, o que levou a juventude francesa a refugiar-se nos campos. Alguns deles se arriscaram e vários perderam a vida como heróis da resistência ao invasor, principalmente em atos de sabotagem contra o transporte de trabalhadores franceses e produtos para a Alemanha. O General Charles De Gaulle fugiu para a Inglaterra, de onde exortou os compatriotas a resistirem aos nazistas. De Gaulle voltaria, após a guerra, para governar a França.

Petain instalou seu governo em Vichy, na parte sul que restou à autonomia francesa, abaixo de uma linha imaginária entre a fronteira com a Suíça, na altura de Genebra, a um ponto a 19 km a leste de Tours e dali para sudoeste até a fronteira com a Espanha, seguindo por 48 quilômetros até o a costa mediterrânea.

Auge do conflito. No verão de 1940 Hitler iniciou uma preparação a longo prazo para a invasão da Rússia. mas alguns contratempos para esse projeto surgiram. Primeiro, Mussolini, sem saber das intenções de Hitler, adiantou-se na captura da Grécia. Como resultado desta e de outras aventuras, precisou do socorro dos alemães tanto nos Balcãs, como também no Norte da África. Outro imprevisto foi o golpe de Estado na Iugoslávia em março de 1941, depondo um governo que havia feito um tratado com os alemães. Considerando isto um insulto à Alemanha e a ele próprio, Hitler ordenou imediatamente a invasão da Iugoslávia. Tudo isto representou um desfalque no seu ataque contra a Rússia, que lançou em junho do mesmo ano. Apesar de tudo, estava tão confiado no sucesso que não providenciou roupas de inverno para as tropas, prometendo aos soldados que estariam de volta ao lar antes do inverno. A campanha porém, não teve o mesmo êxito de todas as invasões anteriores, prolongando-se até o inverno para o qual as forças alemãs não estavam nem um pouco preparadas. No auge do frio, em dezembro do mesmo ano, os russos, apesar de inferiores em armamento e técnica de combate, começaram a contra atacar com êxito. Ao mesmo tempo, ocorreu o até hoje incompreensível ataque Japonês a Pearl Harbor. Sem querer por em risco o tratado que tinha com o Japão e que era uma esperança de conduzir os russos a lutar no leste e no oeste, Hitler declarou prontamente guerra aos Estados Unidos, ao lado do Japão. Acreditando piamente na superioridade racial germânica, Hitler não levou em conta a força que uma mobilização total dos Estados Unidos poderia significar, mesmo pressionado em duas frentes pelo Eixo, pela ameaça que vinha tanto pelo Atlântico, da Europa nazificada, quanto pelo Pacífico, do leste fanatizado. As batalhas se multiplicaram em várias frentes na Europa, no Atlântico, na África, na Ásia e no Pacífico.

Apesar de ocupado com uma conflagração mundial, Hitler estava confiado em que imporia uma nova ordem mundial e Himmler foi encarregado de preparar a nova Europa. Os campos de concentração foram ampliados e a eles acrescentados campos de extermínio como os de Auschwitz e Mauthausen, assim como criadas unidades móveis de extermínio. Os judeus da Alemanha e dos países ocupados foram aprisionados e executados, fuzilados ou mortos em câmaras de gás. A conta geralmente apresentada é de 5 a 6 milhões de pessoas sacrificadas, no que Hitler chamou de solução final para o problema judeu. Milhares morreram também em experiências médicas alucinadas, e nas execuções indiscriminadas de reféns, de adversários políticos e de membros da resistência nos países ocupados. A propaganda utilizava o rádio e o cinema. A atriz sueca Kristina Süderbaum tornou-se uma estrela dos filmes de propaganda do partido; sua figura nórdica loura encarnou a ideologia racial Nazista. Casada com Veit Harlan, um dos principais diretores de filme da era nazista, Süderbaum estrelou em vários de seus trabalhos, incluindo o profundamente anti-semítico Jud Süss, de 1940.

Declínio do poder. Ao final de 1942 as derrotas na África – em el-Alemein – e na Rússia – em Stalingrado – e mais o bombardeio dos aliados, Inglaterra e Estados Unidos, sobre o território da própria Alemanha, indicavam uma reviravolta na guerra desfavorável aos nazistas. Hitler porém recusava-se a visitar as cidades bombardeadas e a ler ou acreditar nos relatórios de seus generais. Quando Mussolini foi preso, tentou uma operação para resgatá-lo, e enviou tropas para ocupar as posições das tropas italianas que haviam se rendido. Continuou a resistir ao avanço russo às custas de grandes perdas para o exército alemão, tanto em número de mortos quanto em unidades aprisionadas. A batalha naval também perdeu fôlego, na medida que o inimigo aprendeu a combater com êxito e destruir os submarinos alemães.

Apesar de escapar a vários atentados contra a sua vida, o mais perigoso dos quais por explosão de uma bomba colocada sob a sua mesa de reunião com seus generais no quartel de comando na Prússia Oriental (parte da atual Polônia), Hitler não esmoreceu. Em lugar de tentar uma paz que permitiria salvar ainda boa parte da Alemanha, retirou-se para uma fortaleza subterrânea em Berlim, cidade que pretendia defender com os últimos recursos de seu exército, ao qual negou permissão para que se rendesse.

Quando as tropas soviéticas entraram na Capital a luta nas ruas e os bombardeios aéreos reduziram a cidade a ruínas. Só então Hitler entendeu que era o fim e tomou duas providências: casar-se oficialmente com Eva Braum e ditar o seu testamento aos seus auxiliares. Em seu testamento político conclamou o povo a continuar a luta contra os judeus e apontou Karl Dönitz como chefe do estado e Josef Goebbels como primeiro ministro. Recolheu-se com a mulher aos seus aposentos e esta tomou veneno, e ele ou tomou veneno ou atirou em si mesmo. Seus corpos foram em seguida incinerados.

Na França, após a libertação de Paris pelas tropas aliadas, De Gaule declarou nulo o governo de Vichy. O marechal Petain, que fora levado pelos alemães para um abrigo na Alemanha, retornou à França voluntariamente para ser julgado; faleceu na prisão em 1951, aos 95 anos de idade. Na Itália, libertada pelas tropas americanas junto às quais um contingente brasileiro teve presença marcante, Mussolini foi executado. O Japão assinou a rendição após os ataques atômicos realizados pelos americanos contra Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 07-07-2001.

Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – NOTAS: Vultos e episódios da Época Contemporânea. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2001.