Johannes Kepler

Hoje: 16-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Kepler, Johannes, nasceu em 27 de dezembro de 1571 em Weil der Stadt, na Swabia, uma região vinícola na Alemanha Sul-Ocidental, não longe da França. Nascido prematuro, foi adoentado desde o nascimento, contraindo varíola que prejudicou sua visão, e outras enfermidades. Em 1584 entrou no seminário protestante em Adelberg, e em 1589 na universidade protestante de Tubingen, onde estudou principalmente teologia e  filosofia, matemática e astronomia. Seu professor de matemática, embora proibido de ensinar a teoria heliocêntrica de Copérnico, acreditava nela e a transmitia discretamente aos alunos, apesar de oficialmente ensinar o sistema geocêntrico de Ptolomeu.

 A poucos dias de ser ordenado sacerdote, Kepler recebeu a oferta de professorado em astronomia em Graz, na província austríaca de Styria, e desistiu da carreira eclesiástica. Seguiu para Graz em 1594.

Um de seus deveres como professor era fazer predições astrológicas. Quando previu corretamente um inverno rigoroso e uma invasão dos turcos tanto sua reputação quanto seu salário aumentaram.

 Absorvido na busca de um modelo geométrico para o sistema de Copérnico, chegou a uma teoria sem fundamento científico, baseada na ideia de que um mundo perfeito seguiria as leis da geometria e as orbitas dos 6 planetas então conhecidos deveriam circunscrever os cinco sólidos regulares possíveis. A órbita da terra – a medida para as demais órbitas –, circunscreveria um dodecaedro. Os resultados coincidiram com a maior parte das precárias observações da época, e Kepler, satisfeito, publicou sua teoria no Mysterium Cosmographicum (“O mistério do universo”).

À exceção do planeta Mercúrio, a construção de Kepler produziu resultados notavelmente exatos. Seu livro e suas ideias impressionaram a Tycho Brahe, o famoso astrônomo e matemático da corte do imperador em Praga. Tycho o convidou para integrar sua equipe de astrônomos e incumbiu-o de calcular a órbita de Marte, porem, receoso de que fosse suplantado por Kepler, deu-lhe dados incompletos de sua tabela de observações.

A astronomia aristotélica em vigor partia da pressuposição de que os corpos celestes descreviam órbitas circulares uniformes, eram homogêneos e perfeitos. O movimento dos astros era “natural”, não tinha agente externo, pertencia ao corpo. Ignorava-se a gravidade, acreditando-se que os corpos possuíam peso como parte de sua essência. Uma força não atuava à distância mas somente por contacto.

 Com o falecimento do mestre ocorrido pouco depois, Kepler assumiu seu posto de matemático da corte e chefe do observatório. Dispondo agora de todas as informações de que necessitava, Kepler compreendeu que a órbita dos planetas eram uma função da atração solar, e que apenas elipses tendo o sol em um dos focos podia explicar convenientemente as órbitas planetárias, concluindo que os planetas se movem segundo elipses das quais o sol ocupa um dos focos, e mais que a velocidade dos planetas ao redor do sol variava na proporção que se distanciavam para o extremo oposto da elipse ou se aproximavam do foco solar (perihélio). Apesar dessa variação de velocidade do planeta, num determinado espaço de tempo o raio vetor (linha do afastamento do planeta em relação ao sol) percorre a mesma superfície, em qualquer região da órbita.

Quando o imperador Rodolfo inesperadamente abdicou em 1611, Kepler decidiu abandonar Praga. Para ganhar a vida conseguiu um emprego de professor em uma pequena escola em Linz, na Áustria, em 1612. Lá publicou, em 1618-21) Epitome Astronomiae Copernicanae. Faleceu em viagem para Ratisbona em 15 de novembro de 1630.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 00-00-1997.

Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz – NOTAS: Vultos e episódios da Época Moderna. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 1997.