Robert Griers Reeves

Hoje: 19-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

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Diz JAMES V. TARANIK, de Reno, Nevada, no memorial de Robert G. Reeves, que ele foi uma dessas pessoas notáveis que sempre pensam nas necessidades dos outros antes de sua própria agenda, e sentia grande satisfação quando elas alcançavam o sucesso. Profissionalmente, diz também o memorialista, ele foi uma inspiração para todos porque, embora tenha se aposentado de quatro organizações muito diferentes, ele nunca se aposentou de seus campos profissionais de geologia econômica e sensoriamento remoto aeroespacial. Informa que, em 1995, Reeves estava trabalhando ativamente como consultor, executivo e diretor para três empresas de exploração mineral diferentes. No verão, ele vinha a campo em Nevada para trabalhar com seus amigos próximos, Vic Krai e Ralph Roberts. “Todos nós conhecemos Bob em seus últimos anos como uma pessoa saudável e sem idade e ficamos chocados e tristes com sua morte prematura de pneumonia em 28 de dezembro de 1995, em Odessa, Texas.”

Segundo esse seu memorialista, Reeves nasceu em 30 de maio de 1920, em York, Pensilvânia, filho de Edward LeGrand e Helen (Baker) Reeves. Seu pai era superintendente de uma mina de ouro na Califórnia, e Reeves passou parte de sua juventude com ele em um lugar chamado Poverty Hill. Essa experiência inicial em mineração passou e, em 1938, Reeves ingressou no Yuba College, na Califórnia, e fez um curso de estudos em engenharia pré-mecânica. Em 1941, ele conheceu sua futura esposa Elizabeth Bodette Simmons em um encontro às cegas arranjado por amigos. Reeves e Bodete se casaram em 1942.

Durante a Segunda Guerra Mundial Reeves teve seus estudos interrompidos para servir como Oficial de Comunicações do 15.º Regimento de Infantaria em Anzio, na Itália, e na França e Alemanha, e completou sua missão no posto de major no Corpo de Sinalização.

Após a guerra, Reeves voltou ao Ocidente e, em 1946, ingressou na Universidade de Nevada. Em 1948, Reeves e Bodette tiveram uma filha, Dale Ann Reeves e um filho, Edward Boyd, nascido em 1951.

Reeves bacharelou-se em engenharia de mineração em 1949 pela Universidade de Nevada, enquanto também servia na Reserva do Exército dos EUA, no 365th Engineering Construction Group em Reno, Nevada. Os Reeves foram então para Palo Alto, Califórnia, onde, em 1950, Reeves recebeu seu mestrado da Stanford University e licenciatura em geologia com ênfase em geofísica. Após a conclusão de sua primeira graduação, ele ingressou no U.S. Geological Survey (USGS).

A primeira missão de Reeves no U.S. Geological Survey foi com o Military Geology Branch em Washington D.C., durante o conflito coreano. Segunndo o seu memorialista, a esposa Bodette lembrava-se de que era um trabalho “silencioso, urgente” com muitas horas de atividade. e Reeves ficou muito feliz quando pôde retornar a Nevada como chefe do programa de Depósitos de Minério de Ferro em 1951. Seu trabalho lançou as bases para a descoberta dos depósitos de magnetita Pumpkin Hollow e West Humboldt em Nevada. Em 1955, ele foi cedido como geólogo ao , responsável por avaliar programas de exploração mineral, e seus esforços culminaram na descoberta de dois corpos de minério significativos de tungstênio e mercúrio em 1956. Integrado ao Departamento de Exploração de Minerais de Defesa, Reeves engajou-se na Administração de Cooperação Internacional dos Estados Unidos e viajou para o Brasil, como chefe adjunto do mapeamento de minerais ferrosos, no Estado de Minas Gerais. No Brasil, estudou geologia e recursos minerais das quadrículas de Monlevade e Rio Piracicaba, no chamado “Quadrilátero Ferrífero”.

Seu trabalho no Brasil culminou em um artigo profissional do USGS sobre os depósitos de minério de ferro desta região, do qual participei com dois mapas assinados por mim como coautor (Geological Survey Professional Paper 341-E). Esse mapeamento também serviu de base para sua tese de doutorado na Universidade de Stanford com especialização em geoquímica, em 1965. Reeves também foi assessor técnico, professor visitante de geologia econômica e diretor assistente da Escola de Geologia da Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

No Brasil apreendeu a falar português, e desenvolveu amizade duradoura com muitos cientistas brasileiros.

O USGS cedeu Reeves à NASA para ser vice-chefe interino do Programa de Pesquisa de Recursos Terrestres.

Trabalhou no desenvolvimento do primeiro programa de sensoriamento remoto terrestre da NASA. Foi essa passagem pela NASA que levou Reeves a se tornar um dos primeiros líderes no campo do sensoriamento remoto aeroespacial.

Na narrativa de seu memorialista, após sua missão na NASA ele retornou ao USGS como Geólogo Chefe Adjunto para bolsas de pesquisa e contratos em Washington, DC A designação de Reeves como Geólogo Chefe Adjunto para Pessoal Profissional onde se notabilizou por sua habilidade e seu grande interesse em encontrar boas pessoas para trabalhar em Pesquisa bem como na promoção de suas carreiras. Mesmo quando Reeves deixou o cargo, ele continuou a fornecer ao diretor do USGS sugestões sobre indivíduos que poderiam levar a Pesquisa para o próximo patamar de desempenho.

O amor de Reeves por Nevada o atraiu em 1967, e ele se tornou chefe do Projeto Geofísico de Nevada, que envolvia a interpretação de dados gravitacionais e magnéticos sobre alguns dos principais depósitos minerais do Estado da Prata.

Por meio de sua participação ativa no programa de Mobilização da Reserva do Exército, ele também ascendeu ao posto de coronel na Reserva, no Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA.

Em 1969, de licença do USGS, Reeves foi professor de geologia na Colorado School of Mines. Lá, ele desenvolveu e ministrou cursos em sensoriamento remoto geológico e geologia econômica. Enquanto estava na Colorado School of Mines, foi consultor do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE), do Brasil e fundou e foi o primeiro comandante do 440.º Destacamento de Inteligência Militar Estrategico. O 440.º MID foi designado pelo Gabinete do Chefe do Estado-Maior Assistente de Inteligência do Exército dos EUA para o papel de fornecer informações sobre o terreno para defender as principais instalações do Alasca.

No dizer do seu memorialista, Reeves, “que sempre foi um cavalheiro consumado”, surpreendeu muitos militares regulares estacionados no Alasca, ajudando recrutas a carregar mochilas e segurando a porta para os oficiais subalternos. Ele se aposentou da Reserva do Exército dos EUA em 1973 como coronel do Departamento de Inteligência Militar.

Reeves voltou ao US Geological Survey em 1973 como chefe de filial e cientista sênior do recém-organizado Earth Resource Observations Systems Data Center (EDC) em Sioux Falls, Dakota do Sul, e também foi o editor-chefe da primeira edição do Manual de Sensoriamento Remoto para a Sociedade Americana de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (ASPRS) e, com muita ajuda de sua esposa Bodette, ele completou esta magnum opus em 1975.

Tambémem 1975, Reeves ganhou o Prêmio Autométrico de melhor artigo técnico sobre fotointerpretação e/ou sensoriamento remoto da ASPRS. Reeves trabalhou duro para elevar os padrões de bolsas de estudo para todos nós da EDC. Ele gostou de nos nomear para sermos reconhecidos em sociedades profissionais e no Who’s Who, e em garantir que estivéssemos envolvidos nas atividades da sociedade profissional. Ele ganhou seu próprio reconhecimento como Engenheiro do Ano na Sociedade de Engenheiros Profissionais do Texas, e foi diretor da Divisão de Sensoriamento Remoto e Interpretação da Sociedade Americana de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto além de conferencista sênior do Programa Fulbright na Universidade de Adelaide, Austrália.

Em 1978, Reeves se aposentou do U.S. Geological Survey, e ele e Bodette se mudaram de Dakota do Sul para Odessa, Texas, onde se tornou professor de geologia e reitor da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade do Texas na Bacia do Permian. Ele se aposentou da faculdade em 1985, mas, na época de sua morte, estava envolvido no planejamento de um programa de geografia e ministrava vários cursos.

De 1985 a 1995, Reeves e Bodette passaram muitas horas felizes dirigindo para o Colorado para visitar seu filho Ward e sua filha Dale. Normalmente, essas viagens envolviam visitas a Battle Mountain, Nevada, onde ele estava ativamente envolvido como geólogo e engenheiro consultor conduzindo naquele Estado a exploração de metais preciosos em Nevada até sua morte prematura. Seus amigos estão estabelecendo a Bolsa de Alunos de Graduação Robert G. Reeves em seu nome na Mackay School of Mines, em memória da pessoa que amava ensinar e ajudar os alunos a ter sucesso nas áreas de atividades minerais.

BIBLIOGRAFIA SELECIONADA DE R. G. REEVES

  • 1955 (com Krai, V. E.) Depósitos de minério de ferro de Nevada: Geologia e depósitos de minério de ferro de Buena Vista Hills: condados de Churchill e Pershing de Nevada: Nevada Bureau of Mines Bulletin 53-A, p. 1-32. 1958 (com Shawe, F. R. e Krai, V. E.) Depósitos de minério de ferro de Nevada, Parte B, Depósitos de minério de ferro do centro-oeste de Nevada: Nevada Bureau of Mines Bulletin 53-B, p. 33-78.
  • 1964 Ferro em recursos minerais e hídricos de Nevada: Relatório de Pesquisa Geológica dos EUA para o Comitê de Assuntos Internos e Insulares, Senado dos EUA, p. 101-112.
  • 1964 Geology of the Hima quadrangle, Kentucky: U.S. Geological Survey Geologic Quadrangle Map GQ-319.
  • 1966 Geologia e recursos minerais das quadrículas de Monlevade e Rio Piracicaba, Minas Gerais, Brasil: U.S. Geological Survey Professional Paper 341-E, 58 p.
  • 1969 Interpretações geológicas estruturais de imagens de radar: Geological Society of America Bulletin, v. 80, p. 2159-2164.
  • 1970 (com Jefferis, LH, Knepper, DH, Jr., Marrs, RW e Raines, GL) O projeto Bonanza – Sensoriamento remoto para recursos minerais e hídricos, em Engenharia para o ambiente espacial: Publicação especial da Sociedade Americana de Engenheiros Civis , p. 67-92.
  • 1974 Educação e treinamento em sensoriamento remoto: Engenharia Fotogramétrica, v. 50, no. 6, pág. 691-696.
  • 1975 Test sites (parte de Ground investigations in support of remote sensing), em Manual of remote sensing: Falls Church, Virginia, American Society of Photograinmetry, p. 805-826;
  • (com Kover, A. N., Lyon, R. J. P., e Smith, H. T. U., eds.) Terrain and minerals: Evaluation and analysis, em Manual of remote sensing: American Society of Photogrammetry, p. 1107-1351.
  • (editor) Manual de sensoriamento remoto: Falls Church, Virginia, American Society of Photogrammetry, 2.144 p
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Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 01-07-2021.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Robert Griers Reeves. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2021.