Hoje: 30-10-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
O livro UM COMERCIANTE DO SÉCULO XVIII (Editora Athalaia, Brasília, 1999, 240 p.; il.) é voltado principalmente para dois personagens da história de Minas Gerais: O Conde de Assumar, que governou a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro no início do século XVIII, e Domingos Rodrigues Cobra, seu procurador.
O Conde de Assumar.
Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, nomeado o terceiro governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, embarcou em Lisboa a 17 de abril de 1717, acompanhado de um punhado de auxiliares de confiança, que exerceriam funções importantes em seu governo. Durante a viagem, redigiu um diário que é uma peça preciosa para a História de Minas.
O diário (transcrito nas p.183-221 do livro), constitui-se de duas partes, a marítima e a terrestre, e registra os acontecimentos desde a partida em Lisboa até à chegada de Dom Pedro Miguel e da sua comitiva em Vila do Carmo, no coração das Minas. Na parte marítima, revela o modo como os passageiros se entretinham a bordo das caravelas, na longa travessia oceânica.
No registro da parte terrestre o Diário é rico em referências a lugares e a moradores do Rio, de São Paulo e de Minas no início do século XVIII. Permite reconstituir com segurança a trilha que levava às minas, em fins do século XVI e início do século XVIII, a chamada Estrada Real, ou Caminho Real ou ainda Caminho Velho das Minas, pela qual desciam os tropeiros transportando ouro, das Minas para o porto de Parati, ou subiam de volta às montanhas, levando mercadorias como tecidos, escravos, ferramentas de cultivo e de mineração. Por ele vê-se como era viajar por terra pelo Brasil de então, a pé, em liteira ou no lombo dos animais, as bagagens penosamente transportadas por caminhos íngremes, ou por campos transformados em atoleiros pela chuva tropical.
De passagem por São Paulo, o senado da vila lhe deu a Dom Pedro a posse no governo. Retomando a Estrada Real em Guaratinguetá, passou a Mantiqueira, penetrando em território mineiro.
Além da transcrição do Diário da viagem, no livro também se discute quem, na comitiva do Conde, teria sido o seu verdadeiro autor da narrativa, uma questão que sempre fascinou os historiadores tanto no Brasil como em Portugal, e que os autores acreditam haver solucionado.
O Procurador.
A documentação do primeiro cartório de Mariana revela que o Conde de Assumar realizou negócios em Minas, e os fez através do seu procurador, Domingos Rodrigues Cobra, o comerciante a que alude o título do livro. Segundo o historiador Boxer em sua obra sobre a sociedade colonial no Brasil, as rendas auferidas nos negócios não foram pequenas, pois permitiram ao Conde resgatar suas dívidas em Lisboa, no seu retorno a Portugal, o que levou o Marquês de Pombal a suspeitar de que o Governador houvesse se enriquecido ilicitamente no exercício do cargo. A revelação da atividade comercial do Conde (p. 7-30) abre campo novo para pesquisas em torno desse personagem carismático da História de Minas Gerais.
Domingos Rodrigues Cobra recebeu do Conde uma extensa sesmaria próxima a Mariana. Foi um bem sucedido comerciante, morador em Almada, Portugal, que viajava a negócios para a Bahia e Minas. Através de seu filho Bernardo da Cunha Cobra, que veio ao Brasil continuar os negócios do pai e aqui se casou, deixou descendência que se espalhou por várias localidades do Sul de Minas e São Paulo.
Parte da documentação utilizada, pesquisada no Arquivo de Mariana, no Arquivo Distrital de Setúbal, na Torre do Tombo e na Seção de Reservados da Biblioteca Nacional de Lisboa, está transcrita nos capítulos do livro.
Comentários sobre o livro
Queremos reunir nesta página todos os elogios que nos chegarem sobre o livro, lamentando não havermos transcrito muitos outros recebidos no passado. Sempre foi para nós motivo de grande satisfação o reconhecimento do nosso trabalho, de paciente e dispendiosa pesquisa, realizado por mais de duas décadas, do qual resultou o livro Um Comerciante do Século XVIII. Com ele pensamos ter revelado às atuais gerações da família a antiguidade e a honradez de suas origens.
M. J. Távora
R. Q. Cobra
Opinião do Sr. Paulo Costa Campos
“Descendo do Cap. Domingos Rodrigues Cobra. Seus descendentes em T. Pontas são numerosos. Meu trisavô era Francisco Gomes Nogueira cc Francisca de Paula Nogueira. Há tempos desejava enviar-lhe uma mensagem a respeito de seu livro, que muito me ajudou na minha genealogia.”
Opinião do médico cearense, historiador e genealogista, Dr. Vinicius Barros Leal em carta aos autores:
“A maneira como é ele apresentado (O livro Um Comerciante do Século XVIII) difere da maioria das obras que conheço. A consistente documentação e o didatismo da exposição são de chamar a atenção. Parabéns! Os interessados nesses estudos também merecem felicitações. Reconheço o imenso esforço que representou a preparação e editoração deste livro. Ele vai influir, daqui por diante, na evolução do interesse pela busca das nossas raízes.”
Opinião do Sr. Jean Pierre Mandelert, de Minas Gerais, em carta aos autores:
“Comprei e li com enorme interesse seu livro “Um Comerciante do Século XVIII. Inicialmente queria conhecer mais sobre a família Cobra e acabei super interessado também pela evolução dos costumes e da língua Portuguesa. Foi uma excelente idéia ter incluído textos no original. Parabéns!”
Cumprimentos do Sr. Wolmar Olympio Nogueira Borges, do Rio de Janeiro:
“Envio-lhes os cumprimentos pela obra de significado histórico e literário”
Comentário da Sra. Isabel Lago Barbosa, da cidade de Matosinhos, Portugal:
“Já li o diário da viagem que, como eu previa, vem-me dar uma ajuda muito grande para a minha pesquisa. Agora é-me muito mais fácil referir-me aos primeiros anos do século XVIII em Minas, sobretudo no que se refere à qualidade das localidades e comunicações”
Informações: Secretária – Letícia – Fone: (61) 3248-3092
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Para citar este texto: Maria José Távora Queiroz Cobra, Um Comerciante do Século XVIII. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2004.