Hoje: 30-10-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Na década de 1950 desenvolvia-se na psicologia, em nosso país, como eco do mesmo fenômeno ocorrido pouco antes nos Estados Unidos e em outros países do Ocidente, um grande interesse pela classificação de tipos psicológicos e a identificação de aptidões mentais em testes vocacionais para a escolha de profissões, pela medida do Quociente de Inteligência (QI) de crianças e adolescentes, considerado à época um instrumento infalível. A psicanálise ganhou impulso seguida pelas teorias dela derivadas, e foram postas em prática novas contribuições, como as de René Spits, Penfield, Eric Berne, Claude Steiner e teorias da psicologia social, como a Análise Transacional. Foi uma época que deixou saudades para muitos profissionais e constitui o mais rico período da história da psicologia no Brasil. A psicologia ganhou grande popularidade e os cursos de psicologia foram instalados nas universidades. Acreditava-se, como ainda hoje, que a maturidade pessoal resultava de uma boa educação, de uma experiência de vida e de uma preocupação moral, cívica ou religiosa. Isto me parece ser um engano! Para mim é o contrário. A maturidade é que faz possível uma boa educação, uma experiência sadia de vida e a preocupação moral.
Achando-se o País como está, à beira do abismo, o caminho é recorrer à psicologia, procurando-se restaurar seu papel vivido nos anos cinquenta, concentrando seus esforços em pesquisas e práticas que ataquem com eficiência o grande mal que é a imaturidade dos brasileiros. No momento falta à psicologia aquele ardor por um ideal que foi sua marca e que infelizmente feneceu junto com o desaparecimento da grande equipe de psicólogos e psiquiatras que se destacaram no grande movimento de sua modernização.
Se o País pudesse contar novamente com a tal força da psicologia dos anos 50, e se ela fosse voltada para a erradicação das atitudes imaturas que calçam nossa política, causam a ineficiência de nossas escolas, amesquinham o povo em geral e tornam o país um latifúndio de anedotas, estultices, risadas irresponsáveis, medidas contenciosas, facciosas e contraditórias de juízes, e professores que não chegam nem à metade do que seria um mestre verdadeiro, estaríamos salvos.
Existem países onde, ao contrário do que acontece no Brasil, a maioria das pessoas é rigorosa na observação das leis, sentem-se responsáveis pela coisa pública e o seu país acumula prêmios por muitas descobertas e iniciativas valiosas para a humanidade. Seus cidadãos são, em sua maioria, considerados pessoas maduras. Ora, se é como me parece, e se queremos ser um país tão adiantado em conforto e bem-estar para os brasileiros, não deveríamos também buscar a mesma maturidade que os países desenvolvidos alcançaram? Inegavelmente, é o que queremos. Nesse caso, precisamos saber como alcançar essa desejada maturidade que fará de nós uma nação respeitada. Porém, como? A resposta só pode ser uma: recorrendo a procedimentos científicos para lidar com o problema, porque, repito, a Educação não basta.
Veja, por favor, as páginas vinculas: “O Brasil Visto do Exterior“, “Da Mentira À Corrupção“.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 07-02-2022.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Situação do Brasil. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2022.