Cabelo Difícil

Hoje: 20-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

[Primeira página]

A Peça Cabelo Difícil

por Rubem Cobra
Brasília, DF – 2007


[Segunda página]

Local: CAPITAL DO ESTADO

Época: Anos 60

PERSONAGENS

Amália, estudante arguta

Bem [Benício] estudante-líder

Berraber [Geldliebhaber] estudante-financista

Bob [Roberto] estudante de letras

Eugenie, estudante desleixada

Fred [Frederico] estudante de teatro

Priscila, Orientadora Educacional

Sra. Fortunata [Viúva rica]


[Terceira página]

PRIMEIRO ATO

Desespero de Eugenie

[O pátio da escola. No centro do palco, dois vasos com plantas e um banco entre eles.]

Iª CENA

[BOB – BEN – FRED]

[Três estudantes do sexo masculino estão sentados no banco de frente para o público.]

BOB [para BEN]

[Mostra aborrecimento para com o colega]

Você sempre quer tudo para si, Ben. Ó meu Deus! Deixe Fred escolher quem ele quer como rei.

BEN

Nós precisamos de uma rainha também.

BOB

[Impaciente]

E você também quer o papel de rainha, eu acho!

BEN

Claro que não, Bob. Mas eu quero uma garota bonita para esse papel. [Sonhando] A esposa do rei, minha rainha! …

FRED

[De maneira autoritária]

Essas escolhas serão feitas mais tarde. Por enquanto, precisamos pensar em onde iremos nos apresentar.

BEN

Por quê? Isso já foi acordado com a PRISCILA. Ela disse que podemos ensaiar no B-8 e nos apresentar no auditório principal do Stanley Hall.

FRED

Eu deveria decidir isso; Ben. Devo falar com a PRISCILA, não com você.

BEN

OK, chefe. Mas você deve acelerar o ritmo. E quanto à captação de recursos? Ainda não recebemos um único dólar! Você disse que a sra. FORTUNATA – aquela bruxa com suas meias vermelhas e chapéu bobo – poderia produzir a peça. E depois?

FRED

Ela é uma viúva rica, não importa suas meias vermelhas.

BOB

[Como em um sonho]

Uff! No Stanley Hall! É tão grande. Isso me faz tremer.

BEN

[Expressa grande esperança]

O espaço do auditório deve ser proporcional com o show! Meninos, acredito que será um ótimo show.

BOB

[Com críticas e desdém]

Uma representação de teatro não é um show. É uma performance.

BEN

[Pondera prudentemente]

O auditório está bom, Fred. As famílias dos alunos estarão presentes. Cerca de duzentas ou trezentas pessoas. Não há outro lugar.

FRED

[Resoluto]

Vamos lá, dar uma olhada.

[Os três alunos saem do Gramado e EUGENIE aparece]

*

II CENA

Salvação de EUGENIE

Eugenie – amália -inspetor – priscila

[EUGENIE entra no pátio e senta-se no mesmo banco de frente para a plateia. Ela tem os cabelos desgrenhados soltos no topo da cabeça. Ela usa um vestido muito folgado na cintura, com o cinto aberto. Ela parece angustiada.]

EUGENIE:

[Falando alto para si mesma]

Eu odeio essa escola. Minha turma é cheia de idiotas. Eles riram do meu cabelo.!

[Ela dramatiza]

Um deles disse que parece que um passarinho fez seu ninho na minha cabeça.

[EUGENIE se levanta e caminha de um lado para o outro, em frente ao banco, olhando para o chão, com as mãos nas costas. Ocasionalmente, ela olha para o público. Suas saias, vão bem abaixo dos joelhos. Suas meias curtas caem nos tornozelos como dobras de uma sanfona.]

Oh, como eu os odeio! Tenho certeza que eles não me darão nenhum papel na peça. Fred dirá que eu não me encaixo em nenhum papel. Já escolheu Amalia, com seus óculos grossos, fará parte do diretor de cena, e as pernas dobradas de Flora não a afastaram. Ela interpretará uma das empregadas. Mas não me importo com o que as pessoas pensam ou dizem sobre mim. Não estou preocupado com a opinião dos outros. Como eu odeio Fred e seus companheiros!

EUGENIE

[Para de andar e fala com a plateia.]

Mas o ódio não é racional. Se você ceder ao ódio, se comportará como um animal, não como um ser humano. O ódio é uma doença. Eu odeio tanto as pessoas. Eu preciso de alguém para me dizer o que fazer. ah! … Sim! Eu sei exatamente com quem devo falar!

CORTINAS

*

SEGUNDO ATO

salvação de eugenie

[A Orientadora Educacional da Escola decide ajudar Eugenie, e lhe passa conselhos
que haverão de mudar sua vida]

I CENA

EUGENIE – PRISCILA – INSTRUTOR

[O palco é dividido por uma linha imaginária. Pela porta mais à direita, entra um instrutor de escola que apita para manter a ordem. Uma fila de meninos e meninas começa a entrar pela mesma porta. Eles dão a volta e saem do palco pela segunda porta, no fundo esquerdo do hall. Meninos e meninas estão brincando e rindo.]

INSTRUTOR

[O instrutor ordena silêncio e, nervosamente, apita mais de uma vez, fazendo comentários sobre o dever do bom comportamento na escola. Ele segue os adolescentes sem perceber que uma das alunas ficou para trás.]

EUGENIE

[Enquanto o instrutor olha para o outro lado, gritando ordens para as crianças, ela caminha direção a uma porta imaginária de um lado do hall e simula bater]

[No lado direito da linha imaginária, há uma mesa com livros e uma bolsa de mulher. SRA. A PRISCILA senta atrás da mesa com a legenda “Conselheira Escolar” Ela parece trabalhar em alguns papéis. A imagem de uma casa com um jardim está pendurada na parede.]

EUGENIE

[Eugenie respira fundo e bate na porta imaginária. A senhora da mesa levanta a cabeça em direção a essa porta.]

PRISCILA

[Com voz suave]

ENTRE, POR FAVOR!

EUGENIE

[Entra no escritório do Conselheiro Escolar parecendo muito angustiada. PRISCILA fica agradavelmente surpresa, mas ao mesmo tempo lamenta a óbvia infelicidade de EUGENIE.]

PRISCILA

Oh! Eugenie! Minha aluna favorita! Por que parece tão angustiada?

EUGENIE

[Seca os olhos com as costas da mão]

Preciso da sua ajuda, Priscila. Meus colegas estão todo tempo a rir de mim, Hoje implicaram com meu cabelo. Acordei com atraso e não pude me arrumar direito. Cada dia é por um motivo diferente. Hoje zombam do meu cabelo. Eu odeio todos eles! Eu sei que não devo odiar as pessoas, mas não posso deixar de me sentir assim. Não consigo encontrar outra maneira de lidar com isso.

PRISCILA

Oh! Eu vejo. Deixe-me ver se posso ajudá-la de alguma maneira. Talvez você não esteja tentando ser aceita pelos colegas de escola. Em vez disso, talvez você esteja em guerra com eles.

EUGENIE

[Intrigada]

Quem? Eu?

PRISCILA

Eu acho que sei como acabar com o riso deles.

PRISCILA

[Solta o cabelo de Eugenie e o deixa livre sobre os ombros. Pega uma escova de cabelo em sua bolsa e a escova, deixando cachos coquete nas têmporas.].

PRISCILA

Agora é exótico, diferente … você deve acreditar que é bonito. Deixe para baixo.

EUGENIE

Obrigada, senhora PRISCILA. Sinto-me encorajada pelas suas palavras!

PRISCILA

Tenho o prazer de ajudá-la, Eugenie.

[PRISCILA abre novamente a bolsa e extrai uma caixinha. Abre-a e mostra a Eugenie um par de brincos.]

PRISCILA

Você gosta deles? Acabei de comprá-los. Eles ficarão bem em você.

[Coloca os brincos nas orelhas de EUGENIE e dá uma mirada em toda a sua figura]

Agora você parece uma princesa. Cuide do seu cabelo e da sua aparência. Use um perfume leve Você precisa de um novo par de sapatos. Aposente esses antigos.

EUGENIE

[Um pouco ofendida, protesta]

Mas eu amo esses sapatos. E custaram muito caro.

PRISCILA

Essa é a questão! Você tem que decidir entre o que ama e o que realmente fica bem em você. Não siga simplesmente o seu gosto ou revistas de moda. Razão sobre como as cores se combinam. Cuidado para que as linhas do seu vestido combinem com a forma do seu corpo e o estilo do seu cabelo combine bem com o seu rosto…

EUGENIE

[Cortando a fala de PRISCILA]

Eu tenho que fazer tudo isso?

PRISCILA

[com uma voz carinhosa e afetuosa]

Eugenie, você deveria fazer ainda mais! Não é apenas a sua figura que importa. O ambiente pelo qual você é responsável também é importante. Por favor, sente-se, Eugenie.

PRISCILA

[Antes de se sentar, aponta para um retrato pendurado atrás de sua cadeira]

Esta é a minha casa. Tenho tanto orgulho da minha casa que mantenho a foto pendurada na parede atrás da minha mesa. Meu jardim me agrada e também meus vizinhos. Eu os inspirei a reformar seus jardins e pintar suas casas. Agora vivemos em uma pista muito agradável.

PRISCILA

[Move o braço para alcançar a bolsa e colocar a escova de cabelo dentro dela, e continua sua conversa]

Dever estético, minha querida! Preste atenção ao que eu digo. O ser humano é um ser social. Isso cria para ele o dever de procurar tornar a vida social agradável para todos. Não podemos ser agressivos contra os sentimentos estéticos das pessoas. Portanto, é um dever estético ter uma boa aparência e boas maneiras à mesa, sorrir com simpatia para as pessoas e cuidar do seu ambiente também. Uma rua limpa, jardins bem aparados, casas bonitas, farão do seu bairro um lugar agradável para se viver. Mas você não deve fazer isso em excesso. Não cubra seu corpo com muitas coisas embelezadoras. Se você exagerar, sua imagem será agressiva da mesma maneira. Você entende isso?

EUGENIE

[Sorri e diz:]

Verdade? Você quer dizer que meus colegas de escola reagiram à minha agressão contra seus sentimentos estéticos deles, rindo dos meus cabelos?

PRISCILA:

Direita! Agora você pode ir. Você verá: as coisas serão bem diferentes a partir de agora.

EUGENIE

[Diz com profunda gratidão]

Muito obrigada, PRISCILA, das profundezas do meu coração!

PRISCILA

Tchau Eugenie.

[PRISCILA recolhe os papéis na mesa e sai pelo lado direito. Eugenie cruza a linha imaginária [não é necessário abrir uma porta imaginária para o corredor]

II CENA

EUGENIE – AMÁLIA – BEN

[Ao mesmo tempo em que Eugenie atravessa a porta imaginária do a MRS. No escritório de PRISCILA, no corredor, os alunos saem da segunda porta e caminham para a primeira porta à esquerda. Eles vêm por bandos, conversando, comentando assuntos de seu interesse. Todo grupo percebe Eugenie com visuais diferentes, mas não faz comentários. Um grupo para, todos olham para Eugenie e começam a cochichar entre eles. Os rápidos olhares que dão a EUGENIE não deixam dúvidas de que estão falando sobre ela. Eles vêm lentamente em direção e ao redor da garota, observando atentamente sua figura. Ela parece assustada e vira as costas para os alunos.]

EUGENIE

[Erguendo os olhos].

Meu Deus. O que eu faço! Vão bater em mim porque os denunciei…

AMÁLIA

[Com uma voz gentil, tentando tranquilizar EUGENIE]

Não seja tão tímida, Eugenie. Você se juntaria a nós esta tarde? Eu disse a eles que você se encaixaria bem como a rainha em nossa peça, porque você é diferente.

BERRABER

Sim. Rainhas são diferentes das pessoas comuns. Você aceita?

AMÁLIA:

Por favor, Eugenie!

EUGENIE

[Alegre, respira aliviada]

Sim! O, sim! … Claro! Obrigado!

CORTINA

*

TERCEIRO ATO

BEN – FRED – BOB – EUGENIE

I CENA

[Uma rua comercial. No centro dos bastidores estão as janelas e portas de uma papelaria. No lado direito do palco, a janela de uma joalheria onde muitos colares estão pendurados no lado visível para o público.]

BEN – FRED – BOB – EUGENIE – BERRABER

[No palco esquerdo, BEN, BOB, FRED, EUGENIE e AMAHLIA olham para a vitrine de uma papelaria, de costas para o público. A sra. FORTUNATA entra pelo lado direito, andando com a ajuda de uma bengala, usando um chapéu, um vestido colorido, vários colares e anéis, meias vermelhas. Ela para e alegremente admira as joias, com um sorriso de satisfação nos lábios. Fred vira a cabeça e reconhece a sra. FORTUNATA.]

FRED

[surpreso]

Vejam! É a Sra. FORTUNATA!

[Todos os outros três olham para a senhora]

BEN

[Fixa o olhar na SRA. FORTUNATA]

Gastando o dinheirinho dela!

BERRABER

Por que não falar com ela e pedir dinheiro para comprar o material do cenário? Diremos a ela que somos todos republicanos e vamos votar nos republicanos, e que não temos nada a ver com o diretor da escola ser um democrata.

FRED

Eu vou conversar com ela.

[EUGENIE caminha em direção à Sra. Fortunata, sem ouvir FRED]

EUGENIE

Sra. FORTUNATA, eu sou Eugenie. Escute-me por favor! Você pode fazer muito mais do que apenas vestir seu corpo com vestidos caros, joias e sapatos de salto alto.

SRA. FORTUNATA

[Olhando para EUGENIE]

Como se atreve! Olhe para você!

[EUGENIE aponta para a papelaria do outro lado da rua]

EUGENIE

Olhe para aquelas outras janelas.

SRA. FORTUNATA

Uma papelaria!

EUGENIE:

Oh não, Sra. FORTUNATA. Não é a papelaria. Falo daqueles três garotos ali de pé. Você descobrirá que são janelas se pedir que mostrem o que eles têm em seus corações.

[SRA. FORTUNATA não está impressionada e volta os olhos para as joias na janela]

SRA. FORTUNATA

Não me incomode, jovem! Eu quero comprar essa renda no pescoço antes que um das minhs amigas a compre. É uma espécie de guerra permanente, Eugenie. Se você perder uma chance, outras pessoas aproveitam e brilham na próxima festa. O falecido Sr. meu marido, que Deus descanse sua alma, seria humilhado se outra mulher aqui embaixo usasse joias mais ricas do que sua amada viúva. Mesmo com vestidos e sapatos. Todos somos escravos do que nos agrada, minha querida jovem. O melhor que nosso dinheiro pode comprar. E eu suspeito que o para ísso lá em cima esteja limitado de acordo.

[SRA. FORTUNATA se vira e olha para EUGENIE por um segundo, depois volta os olhos para as janelas de joias]

O que esses meninos têm em seus corações, como você diz?

EUGENIE

Queremos fazer uma peça com uma história sobre o dever estético: vestir-se bem, o uso adequado de joias e viver em sociedade …

SRA. FORTUNATA

[Vira a cabeça para EUGENIE mostrando-se subitamente interessada no que ela acabava de dizer]

Oh! É verdade? Você disse “joias”?

[Percebendo que EUGENIE havia vencido a atenção MRS. FORTUNATA, os meninos se juntam aos dois]

BOB

[alegremente]

Ouça, Sra. FORTUNATA. A história acontece em um reino de mentirosos. O rei mente para o seu povo, o povo mente para o rei e todos mentem uns para os outros. A história conta o que acontece quando não há, em todo o reino, um único indivíduo que diga a verdade. Nós também teríamos um papel para a senhora, se desejar: a de rainha mãe.

FORTUNATA

[Irada, ameaça BOB com a bengala.]

Como se atreve! Você tem um papel para mim em um reino de mentirosos!

EUGENIE

[Interfere para acalmar a sra. FORTUNATA.]

Não é o que ele diz, sra. FORTUNATA. A peça é sobre o que a professora PRISCILA chama “dever estético”.

EUGENIE

[caminha até o arco do proscênio e fala com a plateia. Os outros alunos e a sra. FORTUNATA se aproximam dela para ouvir o que ela está dizendo]

Era uma vez um reino onde as pessoas viviam na pobreza e sujeira nas ruas e casas. Nenhuma garota das famílias nobres atraiu o rei porque todos eles tinham hábitos desagradáveis e vestidos com vestidos horríveis. Um dia, uma bela dama do reino vizinho atravessou o reino desagradável e sentiu pena de suas pessoas. Ela imediatamente chamou a atenção e o amor do rei, e ele se casou com ela. Ela disse ao rei que o povo estava infeliz porque ninguém se importava em ser gentil e cortês com os outros. O rei riu, mas sentindo pena porque sua risada indelicada a fez chorar, ele ordenou que as pessoas a ouvissem e lhe obedecessem. As pessoas aprenderam a lavar as mãos antes de comer, a respeitar os mais velhos, a esperar a vez, a usar garfos, facas e colheres corretamente, a limpar a casa, e muito mais. Ela emitiu um decreto ordenando que as famílias cultivassem jardins em frente a suas casas. O rei foi proibido de ter os bolsos cheios de azeitonas, uvas, pessegos e pernas de galinha fritas, e teve que ordenar que seus ministros tomassem banho, se vestissem comodamente e lustrassem os sapatos antes de chegar ao palácio. Em apenas alguns meses, o reino parecia civilizado, as pessoas estavam trabalhando feliz e ansiosamente para cumprir seu dever estético, um para o outro. O reino se tornou uma terra de belezas e felicidade e a rainha a mais amada que já teve.

EUGENIE

[se volta para a SRA. FORTUNATA, junta as mãos em uma súplica fervorosa e implora por sua aceitação.]

Sra. FORTUNATA, por favor!

BOB

[Dá um passo em direção à sra. FORTUNATA e pergunta com ansiedade].

Qual das duas histórias você financiaria, Sra. FORTUNATA? Estamos em frente à loja, onde podemos comprar material para os painéis do palco. A paisagem, você sabe.

FRED

Ouça pessoal. A ideia da performance foi minha. Decidirei qual é a melhor jogada e depois levarei à sra. FORTUNATA para sua aprovação.

BEN

Você teve a ideia, mas não o dinheiro, querido amigo.

SRA. FORTUNATA

PRISCILA é uma grande amiga minha. Se ela recomendou que … hum! … Isso o que?

EUGENIE

[Esfrega as mãos e pula de alegria]

Dever estético de todos os cidadãos!

SRA. FORTUNATA

[Determinada]

Essa é a minha escolha!

[Os alunos alegremente lideram a porta da papelaria. SRA. FORTUNATA se volta para o público.]

SRA. FORTUNATA

O velho Sr. meu falecido defunto marido, Deus descanse sua alma! [Olha para o céu] vai pensar que sua bonita viúva NATINHA ficou absolutamente maluca!

[SRA. FORTUNATA acelera de maneira cômica seus passos com a ajuda de sua bengala e entra na loja atrás dos ALUNOS]

CORTINA

FIM

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 21-08-2010 de um texto de 2007.

Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – A Peça Cabelo Difícil. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2007.